segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

O futebol da ganância

Não sou fã de futebol, meus amigos sabem. Até me gozam dizendo que sou um dos raríssimos machos da face da terra que não liga para o esporte bretão. Quem gosta disso é minha mulher que não sofre comigo prostrado diante da TV em dia de final. Eu sempre disse que futebol pra mim é só de 4 em 4 anos e olhe lá. Mas não sou um completo imbecil nesse assunto - não sei de cor a escalação dos times (nem do meu Palmeiras) mas acompanho as notícias por força da profissão e pra não ficar de fora da rodinha de amigos. E, sendo assim, não posso deixar de comentar o que estão querendo fazer do futebol catarinense - transformar num show comercial em desrespeito à paixão do torcedor e a favor dos bolsos da Federação. Tudo isso por ganância!

Pra quem não sabe, a Record tem, desde 2007 até o final de 2009, os direitos de transmissão dos jogos do Campeonato Estadual. Até agora vem cumprindo com rigor o que manda o contrato. Mas se achando acima da justiça, a Federação decicidu por conta própria que não quer mais a Record e, inadvertidamente, pegou 400 paus de uma emissora concorrente para que ela transmitisse os jogos. Como diz nosso presidente, "SIFU!" A justiça manteve os direitos da Record e agora a Federação entrou em desespero porque terá de devolver o dinheiro.

Brigas na justiça, à parte, é um verdadeiro desrespeito com os torcedores e com os telespectadores que não querem saber quem vai transmitir esse ou aquele jogo. O que eles querem é ver o espetáculo dos gramados, torcer, vibrar pela vitória, chorar pela derrota, xingar, espairecer, se enfurecer e chorar também de emoção. Tanto faz quem vai transmitir essas cenas. Nesse caso, o juiz que empatou o jogo chama-se GANÂNCIA! Ganância de uma federação que ainda mantém um ditador no poder há mais de duas décadas, daqueles que já foram execrados em outros estados por sua postura autoritária, mas que aqui permanece vitalício. A inteção não é mostrar um bom futebol, mas ganhar dinheiro... muito dinheiro! Fodam-se os torcedores que se apinham nas arquibancadas, mesmo debaixo de chuva para gritar pelo seu time. O negócio é transmitir pra ganhar patrocinadores, afinal para os cartolas é isso que conta. No meu entendimento poderia haver um acordo de cavalheiros, não só uma emissora mas sim um pool delas poderia transmitir todos os jogos. Poderiam dividir o bolo, todos ganharem, principalmente o torcedor que teria mais opções. Mas infelizmente não é isso que acontece. Enquanto o apaixonado por bola está lá na arquibancada, roendo as unhas pelo resultado do jogo, presidentes de federações, diretores de clubes, donos de emissoras querem ouvir o som da registradora a cada vez que o locutor interrompe a narração da partida pra falar o nome de um patrocinador. Isso não é futebol-arte, é futebol-marketing!

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