Acabei de voltar do cinema (claro, hoje é domingo) e da pizzaria (óbvio, hoje é domingo). Desta vez fui assistir O dia em que a Terra parou (não, não, não... não é sobre os congestionamentos de São Paulo). Achei meia boca. Na verdade 1/3 de boca. Primeiro não consegui engolir o Keanu Reeves como alienígena - ele é muito certinho pra isso, ainda mais de terno mal cortado. Depois, a mensagem ecologicamente-correta não convenceu. É uma coisa meio "Já que não conseguimos mudar vocês terráqueos, vamos aniquilá-los pra salvar a terra que vocês estão destruindo". Tudo bem que a gente anda desmatando muito, poluindo além da conta, sujando os mares pra cacete, mas não a ponto de sermos sumariamente trucidados por ETs que se acham donos da Terra. Eu sei que o filme é um remake da obra de 1951 do diretor Robert Wise, que na época usou o apelo da guerra fria, mas acho que a mensagem, agora mais ecológica do que armamentícia, poderia ter sido passada de outra maneira. Guerra dos Mundos, por exemplo, com Tom Cruise foi mais empolgante e curioso no ponto em que os extraterrestres são destruídos pelas nossas doenças (ninguém mandou não tomar vacina antes de vir pra cá). O dia em que a Terra parou só vale mesmo a pena pela bela Jennifer Connelly e pelos efeitos visuais. E claro, pela maneira corriqueira com que os americanos mostram seus governantes - perversos, inescrupulosos e prepotentes diante de uma ameaça qualquer.
Bom, que a gente precisa tomar um belo puxão de orelhas por causa dos estragos ambientais que estamos causando, ah precisamos mesmo! Mas não precisam vir seres de outros planetas travestidos de Keanus Reevers pra nos punir. Já pagamos pelo erro com o presidente que temos.
PS - se no filme eles usassem o Lula como mensageiro das galáxias, com direção do Zé do Caixão, ia ser muito mais aterrorizante.
Gilmar e a sombra do golpe e do terror
Há 5 horas
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