segunda-feira, 24 de outubro de 2011

O ritmo de cada um


A gente faz 15 anos, tem a festinha, começa a ir pras baladinhas e aí vem a ansiedade pra chegar aos 18 anos, à maioridade. Isso pra ter carteira de motorista, pra entrar em filmes e lugares que a gente não podia entrar antes e fazer, sem culpa, aquelas besteirinhas que a gente começou a fazer aos 15.

Aí a gente faz 18, UFA! Finalmente! Demorou mas chegou! Aí a ansiedade termina. MENTIRA! Aí é que a pressa de viver bate forte. A gente quer abraçar o mundo com as mãos. Parece que as 24 horas do dia são pouco pra tudo o que se quer. Nessa idade se quer trabalhar (os não filhinhos de papai, claro), ganhar dinheiro, ser independente, frequentar todas as baladas. Dormir era o detalhe menos importante das nossas vidas. Dormir era para os frouxos, CDFs e menininhos e menininhas criados com a avó.

Era uma ânsia incrível de viver, uma pressa de que as coisas acontecessem logo que desejávamos que dez anos passassem em dois. E a gente ligava pra isso? Tava nem aí! A gente tinha pressa pra chegar aos 20, depois pra chegar aos 30, ter mais maturidade, mais dinheiro, mais independência. E na pressa de viver acabava fazendo tanta coisa errada que não conseguia nada disso. Aí ansiamos pela chegada aos 40 para, definitivamente, se sentir o fodão da parada. A mulher aos 30.

Compramos carros cada vez mais velozes e potentes pra ficarmos parados no trânsito. A gente corta a frente de outro carro só pra ganhar 3 metros na fila do farol. Muita gente nem lugar na fila cede para não perder tempo. Por várias vezes fazendo entrevistas na Avenida Paulista, que a gente chama de “povo-fala”, me dirijo à pessoas que estão caminhando lentamente e quando levanto o microfone ouço “desculpa, mas to com pressa”. Naquela velocidade? Mas no geral as pessoas devem estar mesmo com pressa. Ou participando que alguma prova de atletismo porque nunca vi tanta gente correndo.

Odeio quando o carro de trás buzina "um segundo" depois que o sinal abre. Aí ele te ultrapassa a 200 por hora para, no próximo farol fechado, você parar do lado dele. Que vontade de dizer "Pra que a pressa, ô babaca?"

O que muita gente não percebe é que, conforme os anos vão passando o ritmo começa a diminuir. Percebemos que a pressa não serve pra nada a não ser atrapalhar o ritmo natural da vida. Percebemos que chegamos tão rápido ali que nem lembramos de coisas importantes pelas quais passamos. Aí bate a vontade de ter, de novo, 30, 20, 18 anos. A saúde começa a dar sinais de desgaste fruto daquela pressa toda, do estresse... e é quando nos questionamos porque corremos tanto?

Outro dia disse aqui que eu mesmo já tirei o pé do acelerador. Literalmente! Viajo pelas estradas bem mais devagar do que antes. E hoje isso me permite ver com mais prazer as paisagens pelas quais eu passava tão rápido. E assim faço na vida também. Ter mais calma me permite aproveitar mais as amizades, fazer as coisas mais atenciosamente, amar e viver mais intensamente. Hoje vejo que toda a pressa que também tive anos antes não me levaram mais longe do que eu queria nem de onde estou hoje. E assim me sinto como aquele motorista que arrancou num semáforo e saiu desesperadamente para estar parado no próximo.

E assim quero que a vida continue, mais lenta do que o normal para que eu não chegue ao fim dela tão rápido como eu quis no seu início. Pois precisamos lembrar que a vida tem começo, meio e fim. E ter pressa só vai faze-lo chegar a seu fim mais rapidamente. Pense nisso!

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segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Contagem regressiva!


Na próxima semana, este blog estará no Portal R7, da Rede Record. Enquanto aguardam a mudança, fiquem a vontade e aprecie os artigos anteriores.


Grande abraço!

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