terça-feira, 28 de julho de 2009

O boom da "descomunicação"

Vamos tomar um choppinho naquele lugar de sempre? A mensagem foi por celular. Como não obtive resposta - e o combinado era responder só se houvesse algum problema - saí do trabalho e fui pro boteco. Tres dias depois ainda estou esperando a chegada do colega. A mensagem não chegou!

Vovó está muito doente. Precisamos que você venha o quanto antes. O scrap no orkut era para ser lido com urgência e não depois do velório da vovó, cinco dias depois. Agora não adianta chorar.

Quase todos os dias vejo pessoas colocando no Twitter o que está fazendo naquele momento. Para que eu quero saber o que as pessoas fazem o dia todo? E pra que colocar ali todos os meus passos, pensamentos ou atividades cotidianas? Faço isso aqui no blog e só quando tenho vontade.

Usar todas as ferramentas disponíveis de comunicação virtual como MSN, Orkut, Facebook, Twitter, entre outras, só está distanciando as pessoas umas das outras. Quando me pego fazendo isso também me toco de, ao invés de escrever, ligar pra pessoa pra ouvir a voz, pra não esquecê-la. Senão daqui a pouco você recebe uma ligação da sua mãe e pergunta "quem tá falando?".

Adoro usar tuda essa tecnologia, mas estou me policiando ultimamente. Quando começo a mandar uma mensagem celular pra alguém pra marcar algum encontro ou simplesmente pedir uma informação, paro imediatamente e ligo. Se a pessoa não puder atender, ela me dirá ou simplesmente não vai atender.

O problema é que estamos confiando demais nesses sistemas e nem sempre eles tem funcionado direito. Msm de celular não chegam, scraps não são lidos a tempo, mensagens podem ser mal interpretadas. Falar é uma coisa, escrever é outra. Diga para uma pessoa "deixe de ser idiota" com um suave sorriso no rosto, aquele ar sarcástico e dê um leve puxãozinho de orelha nela - a reação nada mais será que uma brincadeira entre amigos. Agora escreva pra alguém "deixe de ser idiota" sem os demais recursos pessoais e aguarde a resposta.

Outro dia vi duas colegas da redação conversando pelo MSN na mesma sala, quase uma de frente pra outra. Achei um absurdo. Queriam fofocar, que descessem para a cafeteria! Pra que ainda deixar registrado no cache do computador uma conversa que pode ofender alguém?

Se essa "descomunicação" continuar, daqui a pouco vamos pedir a mão de alguém em casamento por vídeo conferência, tomar um chope virtual sem gosto nenhum com um amigo e até fazer sexo pelo Messenger. Tudo bem que já inventaram brinquedinhos que vibram ligados ao micro. Mas ouvir um grito de orgasmo pelas caixas de som não deve ser nada animador. Cuidado!

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quinta-feira, 23 de julho de 2009

Pensamento do dia

"Trate bem da terra. Ela não foi doada à você pelos seus pais. Ela foi emprestada à você pelos seus filhos."
(Provérbio Queniano)

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quarta-feira, 22 de julho de 2009

Para os(as) vaidosos(as) refletirem

Para aqueles que valorizam mais o espelho de vidro que o espelho da alma, aí vai:

"As rugas devem indicar apenas onde os sorrisos estiveram!"
(Mark Twain)

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segunda-feira, 20 de julho de 2009

Companheiro é companheiro. FDP é FDP!

Dia 20 de julho, dia do amigo. Que baita hipocrisia! Podem me chamar de ranzinza, mas hoje recebi um monte de mensaginhas no celular, pps pelo email, scrap no orkut, um "following" no Twitter e textos no Facebook me desejando "Feliz dia do Amigo". Pra que isso? Pra que ter um dia apenas do ano pra lembrar dos amigos? Mesma hipocrisia acho com o "Dia da Mulher", dos pais, das mães, do negro, etc.

O ser humano precisa acabar com essa coisa de estabeler um dia pra homenagear as pessoas e passar a valorizar isso todo dia. Sabe porque fico "PÊ" da vida? Porque a maioria das mensagens que recebi veio de gente que incluiu meu nome numa lista imensa, numa coisa totalmente impessoal. Pior que isso, alguns que não falam comigo há tempos e, pior ainda... boa parte de gente que eu nem conheço! Eu sou uma pessoa que, como raros, valorizam os amigos acima de qualquer coisa. Mas A-M-I-G-O mesmo, com A maiúsculo. Para aqueles que considero e que me consideram bem, ligo quase todos os dias, apenas pra saber se está tudo bem e até pra jogar conversa fora. E não preciso mais que dez dedos das mão para contar os amigos de verdade que tenho. O resto é gente que conheci, que passou pela minha vida e esta por ai, cuidando da sua vida enquanto eu cuido da minha.

Geralmente sou eu que convido amigos para almoços, marco reuniõezinhas, agito uma baladinha. Mas de vez em quando deixo de ligar por um tempo pra saber se as pessoas tem a mesma preocupação, a mesma consideração. As vezes me decepciono - a recíproca nunca é a mesma. Então penso: "Bom, as pessoas não te ligam, provavelmente, porque não querem te encontrar. Então pra que continuar ligando de volta?" Meu "simancômetro" é aguçado. Não conto amigos pela quantidade mas sim pela frequência que eles tem na minha vida.

Pra mim, o cúmulo da hipocrisia é receber uma ligação dois meses depois de perder o contato e a pessoa dizer "Pô cara ta sumido? Por onde anda?". Ando por aqui, no mesmo número, no mesmo trabalho e endereço. Não me ligou porque não quis. Essa história de que a vida tá corrida, de que não deu tempo, de que ta cheio de problema, é conversa pra boi dormir. Eu que tenho uma vida super atribulada sempre encontro tempo pra dar um oi prum amigo querido ou apenas pra dizer que o time dele foi uma vergonha na última rodada. Será que isso é um feito? Um milagre? Um acontecimento apocalíptico? Não! É pura e simples consideração. Mas, infelizmente, não posso querer que as pessoas sejam como eu. Quem sabe eu sou mesmo um mala, chato pra cacete e alguns não querem minha companhia. Que bom que os amigos de verdade me aguentam assim mesmo!

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sexta-feira, 17 de julho de 2009

Vamo de busão gente!!

Acabei de fechar uma reportagem sobre o trânsito de São Paulo. Não meu caro amigo, você tem sim a ver com isso! Afinal quando sai aí do nordeste para ir ao sul você passa por onde? E quando quer vir de Mato Grosso do Sul para o litoral... consegue evitar as marginais? Para que se saiba os congestionamentos paulistanos afetam diariamente cerca de 200 mil veículos que vem de todas as partes do país. Então, ao passar por aqui, ligue o rádio e relaxe!

Um especialista em tráfego me disse: "Não há solução há curto, médio ou longo prazo. As tentativas apenas impedem que a situação se deteriore, mas solução definitiva jamais!". Jamais e Nunca são palavras que não costumo usar no meu vocabulário mas, pensando bem, nosso amigo bem que pode estar certo. Os argumentos são palpáveis: as obras de melhoria do trânsito em São Paulo começaram tarde demais - hoje, qualquer mexida nas vias consegue aumentar o fôlego em, no máximo, um ano e meio, dois anos. Depois tudo volta a se complicar. E a principal causa disso está numa questão dificílima de administrar: fazer o camarada deixar o carro em casa e usar o transporte público. Londres e Nova York conseguiram esse feito.

Porque aqui isso não seria possível? Acredito que gastaria-se muito menos melhorando os trens, metrôs, ônibus e taxis do que alargando avenidas, furando túneis, construindo pontes e viadutos. Mas há aí duas más vontades - a do poder público de fazer ou cobrar as mudanças e das pessoas em ser mais conscientes. Outro dia eu estava observando: à minha volta no trânsito, a maioria dos carros tinha apenas uma pessoa dentro. Um vizinho comprou outro carro com placa diferente pra escapar do rodízio, assim como fizeram milhares de outras pessoas. Então do que adiantam certas restrições se o povinho sempre dá um jeito pra escapar delas?

O problema nessa cidade é cultural. Pra muita gente é mais bonito dizer "Porra, peguei duas hora (sic) de congestionamento no meu carro zero km hoje!" do que "O busão tava lotado mas chegou rápido". É mais fácil convencer Bin Laden a se entregar do que fazer o paulistano de classe média andar de transporte público. E nem adianta dizer que em Nova York, Londres e Tókio, até altos executivos fazem isso.

É... nosso transporte é uma merda, eu sei. Por isso a gente foge dele. Não dá mesmo pra passar meia hora com o suvaco daquele camarada no nosso nariz. Além disso a redução do IPI, a queda dos juros e a ampliação do financiamento nos chamam pra comprar outro carro. Quer saber? Não sou eu que tenho de parar de andar de carro. É o governo que tem de dar um jeito de me fazer parar! Mas enquanto eu estiver dando lucro pras montadoras, me deixa ali, no engarrafamento curtindo um sonzinho no meu carro novo e esperando o trânsito andar!

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terça-feira, 14 de julho de 2009

Elianas, Tânias e Sarneys. Iguais nos atos, diferentes na classificação!

Está nos jornais e fui encarregado de cobrir para a Record. A história, simplemente, se repete. Bastaria apenas pegar uma matéria de 2005, quando Eliana Tranchesi (leia-se Daslu) foi presa pela primeira vez, e só trocar os nomes dos envolvidos. Mas a bola da vez agora não é a Eliana. É a Tânia. Tânia Bulhões, nome da suposta ré e da griffe de socialites paulistanas. Usar "Tania Bulhões" como perfume ou na decoração da casa, era sinônimo de requinte, luxo, exclusividade. Agora não acho politicamente correto. "Nossa, será que nossa poltrona Luis XV tá no rolo?". Com certeza, minha cara perua, está sim! Assim como seu perfume e sua lingerie.

Não me espanta que mais uma grife de luxo tenha caído nas garras da Receita Federal, assim como foi com a Daslu. Afinal, os milhonários também têm direito a cometer abusos e deslizes. No caso da Operação Porto Europa foi só descaminho, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e falsidade ideológica. Nada mais!

Tânia Bulhões é igual a Eliana Tranchesi e cometeu os mesmos crimes. Só não foi presa ainda. Claro, a polícia e a receita ainda precisam "apurar os fatos", mesmo já tendo jogado para toda a impresa o caso. Agora me pergunto: no que estas duas senhoras da sociedade se diferem de Sarney? O cara emprega parentes, cria atos secretos para beneficiar amigos e aliados políticos (que nem sempre são amigos), desvia dinheiro para uma conta no exterior (quase um milhão de dólares), tem amizades sinistras como a de Edemar Cid Ferreira, do Banco Santos, está envolvido num emaranhado de denúncias desde que assumiu a presidência do senado e NEM DE LONGE SE FAZ ALGUMA COISA OU ALGUMA INVESTIGAÇÃO A RESPEITO!!! Ah, tá... ele é senador! Senadores e outros políticos, como o próprio presidente Lula disse, são pessoas "incomuns", dando a entender que a eles tudo se permite, que eles estão acima da lei.

As Elianas, as Tânias e os Sarneys, na verdade, são tudo farinha do mesmo saco, temperada com corrupção, sacanagem, ladroagem, maracutaias, lavagem de dinheiro e sonegações. O que as Elianas e as Tânias não perceberam é que elas são cidadãs comuns, no conceito do nosso presidente. Ou deixaram de molhar a mão de alguém, a única coisa que faz com que algum figurão seja preso nesse país.

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sexta-feira, 10 de julho de 2009

Êta mundo pequeno... e ainda roda!

Outro dia comentei aqui sobre as voltas que a vida dá. Ta nos links dos meus posts logo ali abaixo. Hoje quero comentar uma história banal, mas bastante curiosa, que comprova a pequenez do nosso planeta. Vou começar pelo passado.

Há mais ou menos cinco anos, quando eu apostava em um programa sobre automóveis que produzia em Campo Grande/MS, procurava uma repórter em São Paulo que pudesse produzir algumas matérias sobre temas automotivos. Não precisava nem ser jornalista formada - queria alguém apenas com intimidade com o vídeo para dar um brilho em matérias de comportamento e mostrar a relação do universo feminino com carros. Comentei com um amigo de infância que me indicou uma amiga da sua esposa. Fiz apenas um contato com ela por telefone, na época, mas como o projeto de expansão do programa esbarrou em algumas dificuldades, não nos falamos mais.

Bom, saí de Campo Grande um ano depois, fui para a Record de Florianópolis, fiquei por lá três anos e acabei vindo parar em São Paulo. Nessa de buscar novos amigos para diminuir os efeitos da mudança, principalmente para minha mulher, inicialmente mais abalada com tudo, encontramos um grupo sensacional. Não vou nem ficar enchendo muita a bola deles porque, como leitores do meu blog vão acabar "se achando" depois... rsrs. Brincadeiras a parte, esse grupo tem sido companheiro de encontros semanais regados a comida, rodas de violão, bons vinhos e boa conversa. Depois de um certo tempo juntos acabei descobrindo que aquela ex-futura repórter com quem eu tinha feito contato há cinco anos, é uma de nossas novas amigas.

Não acredito em coincidências. Acho que as pessoas passam pelas nossas vidas com um propósito bem definido. Se não a encontramos numa determinada época, de alguma forma elas vão aparecer depois. Meu misticismo me permite pensar assim.

O que quero dizer na verdade é que o mundo é pequeno demais pra que a gente adote determinadas atitudes. Imagine hoje você agredir verbalmente qualquer pessoa que no futuro pode ser determinante na sua carreira profissional. Pense que aquele cara que você mandou a PQP no trânsito pode ser o gerente de RH que vai coordenar a sua entrevista no novo emprego. Vislumbre que a senhora a quem você não deu lugar na fila do banco um dia poderá vir a ser sua sogra. Ou então, pior que isso, aquele colega de trabalho que você sempre desprezou por achar burro demais foi escolhido como o novo chefe do departamento. Isso tudo pode acontecer.

Para evitar esse tipo de coisa, adotei uma filosofia simples e fácil de ser colocada em prática - TER HUMILDADE E RESPEITO COM TODOS, independente de raça, cor, credo, posição social e financeira. Devemos ficar mais atentos porque a discriminação está em simples atos que as vezes não percebemos. Ao deixar de dar bom dia para uma simples faxineira, podemos estar criando uma barreira com ela que seja intransponível no futuro. Ela pode até continuar faxineira nos próximos 20 anos, mas vai lembrar daquela pessoa simpática, que sempre a respeitou e pela qual ela tem o maior respeito também. E que vai significar muito mais do que aqueles que a mandavam apenas limpar suas mesas. O caso da moça que eu, sem querer, reencontrei cinco anos depois, não serve de exemplo para casos como este porque não houve desrespeito, discriminação, nem nada. Só o usei para mostrar o quanto o mundo é pequeno e redondo. E sendo assim é auspicioso não abusar da sorte... nem fazer da arrogância seu cartão de visitas!

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segunda-feira, 6 de julho de 2009

Heranças e Bizarrices

Coitados dos cães e gatos do nosso país. Já não bastasse alguns morarem na rua, ao relento, sem aconchego, sem carinho, muitas vezes sem comida e sem dono, também nunca terão a oportunidade de receber qualquer herança. Mesmo que tivessem tudo isso.

Nesse ponto mostramos que somos um país sério (mas só nesse ponto e, mesmo assim, com ressalvas). Ao fazer uma matéria sobre o testamento de Michael Jackson fui conversar com um advogado especialista no assunto - Dr. Sérgio Marques da Cruz Filho. Ele me disse que, ao contrário dos Estados Unidos, aqui não se permitem bizarrices como deixar a fortuna para a cadelinha de estimação, como aconteceu em 2007. A multimilhonária americana, Leona Helmsey (na foto), que morreu ha dois anos aos 87 de idade, deixou uma pequena parte do seu patrimônio de 2,5 bilhões de dólares para a cachorrinha Trouble. A maltês de 4 anos herdou nada menos que 12 milhões de dólares!! Claro, muita gente achou que foi uma verdadeira cachorrada da velha.

Aqui no Brasil, se você resolver ter o mesmo ato de altruísmo com o seu fox-paulistinha, vai ter o documento rejeitado e ainda é capaz de ser expulso do cartório a ponta-pés. Que sejam "dois real" pro seu curió que tantas alegrias te trouxe. Pelas leis brasileiras, isso não é permitido. E mais: não adianta colocar o que bem entender no testamento - tipo deixar o filho bastardo de fora - que as leis vão garantir que ele tenha direito à grana. É difícil você colocar o que quer no papel se soar bizarro mas, em compensação, se o que você colocar estiver dentro da lei, nem Maomé vai conseguir alterar algo.

Só há praticamente tres motivos que podem levar a justiça a contrariar a vontade do falecido: se o testamento tiver irregularidades (por exemplo, se você está deixando um imóvel que nem seu é), se o documento foi elaborado sob coação (tipo seu neto fazer você assinar o papel depois de tê-lo amarrado e pendurado de cabeça pra baixo sobre uma fogueira) ou se você não estava bem das faculdades mentais quando assinou a papelada (e acabou incluindo a Torre Eifel entre seus bens). De outra maneira, vale o que está escrito.

Agora, só não pode fazer como o finado Clodoviu que testou em vida deixar todo o seu patrimônio para uma instituição de caridade e acabou morrendo na maior pindaíba - sem dinheiro até pra pagar o caixão! "Nem mórrrrrta querida!" diria ele.

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