terça-feira, 29 de setembro de 2009

Gato por lebre

No último fim-de-semana retornei a Campo Grande, em Mato Grosso do Sul, depois de um ano distante da terra em que me fiz profissional. Fui trabalhar um pouco e aproveitei para rever alguns amigos. Sentado numa mesa de boteco ouvi uma história hilária de um deles. Coisas que devem nos servir de lição. E poderia parecer piada se não tivesse sido contada pelo seu próprio protagonista.

Meu amigo tinha enchido a cara certo dia. Havia tomado sozinho quase um litro de uísque. Antes de ir embora para casa, pegou o carro (olha o perigo!) e passou na frente de outro bar onde o agito lhe chamou a atenção. Resolveu estacionar e descer. Viu o local repleto de beldades (claro, naquela altura o teor alcóolico o levaria ao paraíso) e como a bebida torna as mulheres mais bonitas, escolheu uma mesa onde estavam quatro delas. Na verdade ele não sabe direito quantas eram - poderiam ser duas e ele estar enxergando dobrado. Puxou uma cadeira e se aproximou da que considerou mais bonita, uma loura (mas ele também não se lembra se era negra, ruiva, tinturada, japonesa ou travesti). Com a conversa rolando solta, de repente, sentiu uma mão lhe afagando as costas. Era a mulher. Ele gostou daquilo (e quem não gosta?) e retribuiu os afagos passando o praço por cima do ombro dela. Mas uma coisa lhe intrigava: a mulher era familiar, se parecia muito com sua ex, de quem tinha se separado quatro anos antes. Ao perguntar seu nome também achou coincidência ser o mesmo de sua ex. Mas como o espírito de Jonny Walker Red perturbava seu raciocínio, achou aquilo tudo um mero acaso e resolveu investir. Conversa vai, conversa vem, os beijos na boca não demoraram a pipocar com eferfescência. A certa altura resolveram deixar o bar para uma "conversa mais íntima". Aí veio a revelação: o cara tava levando pra cama a própria ex-mulher, sem ter percebido isso antes!

Moral da história: à noite todos os gatos (e gatas) são pardos. Movido a Jonny Walker então...

Quando ele percebeu e resolveu cair fora, ela já estava ligando pro advogado, pedindo 50% de tudo que ele tinha pelos intermináveis 20 minutos que passaram juntos conversando no bar. Ex-mulheres!!

Meu amigo não parou de beber Jonny Walker mas agora, antes de se envolver movido a alto teor alcóolico, pergunta antes se a mulher já foi casada com ele!

Se for dirigir não beba. Se beber, não "se dirija" a quem não conhece... ou não se lembra que conhece!

Mais crônicas e artigos em http://oggibrahim.blogspot.com

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sábado, 26 de setembro de 2009

Enfia a buzina...

Estou prestes a criar um adesivo pra colar no carro que, tenho certeza absoluta, fará o maior sucesso no trânsito de São Paulo - "ENFIA A BUZINA NO C...". Perdoem-me a grosseria, mas não vejo forma mais delicada de dizer ao motorista atrás de mim que contenha-se na hora de apertar aquela rodinha no meio do volante. É a coisa mais neurótica que já vi. Estou parado no semáforo, já com a primeira engatada e antes mesmo que o verde surja na minha frente, já tem um paspalhão na minha traseira metendo o dedão na corneta dele. Uhhhh que ódio!!! Ou o cara é vidente e prevê a hora em que o verde vai entrar ou fica olhando o semáforo da perpendicular - amarelou, mete o dedo!

As vezes, parado em cima da ponte da Av. Antártica, vejo o sinal lá embaixo abrir. É lógico que a fila vai demorar a andar, mas o imbecil ao meu lado, que deve ter comprado a buzina naquele dia, enfia a mão achando que o cara lá na frente vai ouvir. Dá voltade de falar "ô seu boçal, buzina mais alto que os outros 354 carros que tão lá na frente não escutaram!". Aqui em São Paulo instituiu-se a buzina como meio de fazer o trânsito andar. Aí, além daquela barulheira infernal de escapamentos rachados, motores funcionando, sirenes se esguelando, ainda tem o buzinaço promovido pelos apressadinhos que acham que o vento da buzina vai empurar o carro da frente.

Eu aprendi que buzina é um sinal sonoro de alerta e não funciona como apito de juiz de futebol que soou, a coisa anda. Quando me mudei pra cá, até pensei em mudar a buzina do meu carro e colocar uma de caminhão. Isso porque outro dia vi um fiat 147 do meu lado que buzinou tão forte que o parachoque dianteiro chegou a cair, tamanha a potência. Caraca! A minha soa como um pardal rouco tentando imitar curió. Ao invés de fazer o trânsito andar, o cara do Fiat parou a rua porque teve que descer pra colocar o parachoques no porta-malas. Manezão!

Gente, uma das soluções para o trânsito de São Paulo passa, antes de mais nada, pela reeducação do motorista. E já que a maioria tem um impulso compulsivo de ver seu carro berrando como uma vaca louca, deveria ser assim: quando tocar a buzina, o mané leva um puta choque no dedo. Aí, quem sabe, a coisa começa a mudar. Ou senão, vou vender meu adesivo por ai. Assim o cara vai pensar um pouco mais se lembrar do tamanho da corneta que ele botou no carro dele. Não vai ser fácil enfiar aquilo ali.

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quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Carta aos céus

Ao
Firmamento S/A
Depto de Admissões Celestiais e Salvações
A/C - São Pedro

Exma Divindade,

Peço-lhe encarecidamente que entregue esta carta ao Comandante Rolim, da TAM, que atualmente goza de sua eterna vida em uma das nuvens do condomínio celestial. Perdoe-me o abuso, mas eu não tem o endereço dos moradores.

Saudações Terrenas

"Caríssimo comandante dos céus (hoje literalmente exercendo a função). Escrevo-lhe para pedir que olhes mais pela empresa que construíste aqui na terra para nos levar pelos céus desse Brasil já nem tão varonil. Hoje estava eu no Rio De Janeiro, prestes a embarcar para São Paulo em uma de suas aeronaves, quando presenciei uma situação que, com certeza, o faria revirar no túmulo (ou aí na sua nuvem particular). Os voos da ponte aérea estavam lotados. Havia muitas pessoas no portão de embarque tentando uma vaguinha em qualquer um deles. Havia a fila dos que compraram passagem para o voo tal e aqueles que tinham comprado para o voo seguinte mas tentavam uma brecha no anterior. Do lado de dentro, no corredor que dá acesso ao avião, umas seis comissárias também esperando uma vaguinha pra voltar pra casa ou vir passear em São Paulo. Bom, embarcaram os passeiros daquele voo e uns poucos que estavam na espera. O restante foi barrado por "falta de lugares" no avião. De repente, aquele grupinho de comissárias que tinha se dispersado, entra correndo para o avião como se estivesse dizendo "corre meninas, ninguém está olhando". Aquilo irritou os passageiros que não conseguiram embarcar. A gritaria foi geral. Muitos questionavam "Ué, o voo nao tava lotado? Porque elas embarcaram?" Houve bate boca, seus funcionários foram grosseiros e até ameaçaram chamar a polícia para conter os passageiros enfurecidos. Agora, nobre Comandante Rolim, eu lhe pergunto: quem tinha mais direito de ambarcar, aqueles passageiros que PAGARAM pelas suas passagens ou suas ninfas aéreas que sempre viajam de graça? Desculpe a minha ingenuidade, mas pensei que, como o senhor sempre disse quando estava aqui na terra, o mais importante eram seus passageiros. Ah... não? Entendi! As comissárias mereciam estar no voo porque ganham muito mal e essa é uma forma do seu sucessor compensá-las? Ah tá! Elas tiveram prioridade porque são ameaçadas de demissão cada vez que tiram licença médica? Ou seria porque estão trabalhando no limite de suas forças, mesmo estando doentes, porque a TAM mandou muita gente embora? Desculpe incomodá-lo com isso. É que pensei que a gente, que paga pra voar em seus aviões, tinha mais direitos. Acho bom então o senhor soprar no ouvido do seu sucessor pra processar aqueles caras que ficaram enfurecidos. Aliás, iluminado brigadeiro dos céus, o senhor tem de dar um pulinho aqui de vez em quando pra botar a sua empresa na linha porque, olha, a casa tá caindo! Tal qual alguns aviões... depois que o senhor se foi. Outra coisa seo Rolim, tá ficando muito apertado sentar naquelas poltronas. Eu to me sentindo cada vez mais uma sardinha enlatada toda vez que viajo. Hoje mesmo tive de colocar a bandejinha do lancha na cabeça da passeira da frente por falta de espaço. Ah tá, entendi! A empresa botou mais poltronas pra carregar mais gente e faturar mais! Por isso apertou! Hummmmm, entendi! Desculpa lhe incomodar mais uma vez seo Rolim, mas será que dava pra dar um jeito de melhorar aquele lanchinho que servem no avião? É que eu já tive várias dores de barriga por causa deles e eles nunca melhoram quando a passagem sobe de preço. Eu sei que o senhor deve ser muito ocupado aí em cima, mas quando tiver um tempinho, dá uma olhadinha quando um dos seus aviões passar por perto. Vai ver que a cara do pessoal dentro não é das mais agradáveis.

Vou ficando por aqui. Vou rezar bastante pelo senhor... e pelos passageiros que estão gritando com seus funcionários achando que têm direito como consumidor. Afinal, muitos deles gastam fortunas em passagens todos os anos com sua companhia porque querem, né? Eles poderiam escolher a Gol, a Ocean Air, a..., a..., a... Ah, tem muitas outras né? Que falta o senhor faz aqui.
Fique com Deus (literalmente)!

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terça-feira, 22 de setembro de 2009

Dia sem carro em SP... Piada, né!

Mais uma vez - e não é a primeira e nem será a última - os brasileiros se lixam para uma campanha que pretende conscientizar e encontrar soluções para um dos problemas mais graves de São Paulo. É claro que temos várias desculpas para dar - o transporte coletivo urbano é um lixo, tava chovendo demais, moro longe, etc. Mas o que se viu nas ruas de São Paulo hoje foi muito mais do que um simples desrespeito à um chamado facultativo - o trânsito estava mesmo um inferno, mais que em outros dias! Na verdade, deu a impressão de que muitos motoristas resolveram tirar seus carros de casa só de pirraça. Cade a civilidade? Cade a cidadania? Pior que isso é que aqueles que pensaram "ah, essa campanhazinha não resolve nada, que se f..." devem estar até agora lamuriando ter saído de casa de carro hoje cedo.

Fiz minha parte: aproveitei o dia sem carro e deixei o meu na revisão. Peguei um taxi e fui trabalhar feliz da vida e sem enfrentar tráfego pesado (isso porque moro há 10 minutos do trabalho). Se cada um de nós tivesse um pouquinho mais de consciência a conviência no trânsito de São Paulo seria bem mais harmoniosa e equilibrada. Aproveitando pra alfinetar, se nosso espírito de civilidade fosse maior, não teríamos o presidente que temos.

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segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Quero ser o José Mayer!

Zé Mayer - comendo muito "chocolate"

O garanhão símbolo do país está de volta a telinha - ele mesmo, José Mayer, um dos poucos tiozões do Brasil que consegue pegar a quantidade de ninfetas que ele pega. E se você se chama Helena, pode se considerar na lista das "pegáveis". Um amiga minha, Helena (claro), disse que vai ficar na porta do Projac e gritar "Ô Zé, eu também sou Helena, pega eu!". Com a sutileza de um orangotango disputando banana com um babuíno, eu disse-lhe que "O Mayer é garanhão, não guincho de construtora". Faz três dias que não apresento jornal por causa do olho roxo.

Agora estou eu, diante da TV, da novela da concorrente (isso porque minha mulher escondeu o controle remoto, PROPRIEDADE INEXORÁVEL DOS HOMENS), vendo o cara se deleitar com ninguém menos que Taís Araujo, aquela beldade de ébano. E o pior - ela tá babando por ele (ou será pelo pedregulho de brilhante que ganhou do corôa?). Bom, temos de tirar o chapéu. O cara continua inteirão apesar dos 60 anos de idade que completa em outubro. Quando eu crescer quero ser que nem ele.

E olha a lista das Helenas que o cara já pegou em novela: Regina Duarte (duas vezes Helena), Vera Fischer e Cristiane Torloni. Fora outras Não-Helenas que também pintaram na cama do Zé - Malu Mader, Juliana Paes, Camila Pitanga e a Mel "Anita" LisBoa (que na época já era muito boa... atriz, claro!). Eu só queria saber se pra conseguir um papel desses em novela a gente precisa ser machão, conquistador e mulherengo ou puxar o saco do Manoel Carlos? Dizem por ai que o Zé Mayer quando vai dormir não contar carneirinhos, conta Helenas. E há outros mitos: que ele pegou Eva antes de Adão e que a Vanusa bebeu porque tomou um fora dele. Vai aí um conselho: não deixe sua mulher a menos de 500 metros do Zé, principalmente se ela se chamar Helena. Mas se for Elena, não tem problema - ele só pega com "agá".

Não sou o Zé Mayer mas peguei minha Helena. Foi uma só, mas vale por 10 Helenas. Só tem uma diferença das do Zé - a minha Helena se chama Débora! E se eu não escrevesse esse parágrafo ficaria mais uma semana sem aparecer na TV.

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ME DÁ MEU CHIP, PEDROOOOOOOO!!!!!!

To fazendo uma série de reportagens sobre pessoas que tem compulsão por alguma coisa - compras, tecnologia, sexo, etc. Essa aí daria uma excelente personagem. Veja o que dá ser dependente demais do celular. CUIDADO!!!!

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domingo, 20 de setembro de 2009

A História Oculta do Mundo: A Pedofilia do Hamas

Publicado por De Olho na Mídia


A denúncia é do Phd Paul L. Williams, professor e jornalista amricano, e está publicada no blog www.thelastcrusade.org.

O Hamas foi o patrocinador de um casamento em massa, em Gaza, para 450 casais. A maioria dos noivos estava na casa dos 25 aos 30 anos; a maioria das noivas tinham menos de dez anos de idade. O mundo desconhece uma das histórias mais nojentas de abuso infantil, torturas e sodomização do mundo, vinda do fundo dos esgotos de Gaza: os casamentos pedófilos do Hamas que envolvem até crianças de 4 anos. Tudo com a devida autorização da lei do islamismo radical.

Grandes dignatários muçulmanos, incluindo Mahmud Zahar, um líder do Hamas foram pessoalmente cumprimentar os casais que fizeram parte desta cerimônia tão cuidadosamente planejada. "Nós estamos felizes em dizer a América que vocês não podem nos negar alegria e felicidade", Zahar falou aos noivos, todos eles vestidos em ternos pretos idênticos e pertencentes ao vizinho campo de refugiados de Jabalia. Cada noivo recebeu 500 dólares de presente do Hamas. As garotas na pré-puberdade, que estavam vestidas de branco e adornadas com maquiagem excessiva, receberam bouquets de noiva. "Nós estamos oferecendo este casamento como um presente para o nosso povo que segue firme diante do cerco e da guerra", discursou o homem forte do Hamas no local, Ibrahim Salaf.

As fotos do casamento relatam o resto desta história sórdida. O Centro Internacional Para Pesquisas Sobre Mulheres estima agora que existam 51 milhões de noivas infantis vivendo no planeta Terra e quase todas em países muçulmanos. Quase 30% destas pequenas noivas apanham regularmente e são molestadas por seus maridos no Egito; mais de 26% sofrem abuso similar na Jordânia. Todo ano, três milhões de garotas muçulmanas são submetidas a mutilações genitais, de acordo com a UNICEF. A prática ainda não foi proibida em muitos lugares da América.

A prática da pedofilia teria base e apoio do islã, pelo menos a sua leitura mais extrema e radical. O livro Sahih Bukhari (além do Corão, outra das fontes de grupos como o Hamas) em seu quinto capítulo traz que Aisha, uma das esposas de Maomé teria seis anos quando se casou com ele e as primeiras relações íntimas aos nove. O período de espera não teria sido por conta da pouca idade da menina, mas de uma doença que ela tinha na época. Em compensação, Maomé teria sido generoso com a menina: permitiu que ela levasse todos os seus brinquedos e bonecas para sua tenda. Mais ainda: talvez o mais conhecido de todos os clérigos muçulmanos deste século, o Aiatóla Komeini, defendeu em discursos horripilantes a prática da pedofilia.

Para o Hamas um homem pode obter prazer sexual de uma criança tão jovem quanto um bebê. Entretanto, ele não pode penetrar - sodomizar a criança não tem problema. Se um homem penetrar e machucar a criança, então ele será responsável pelo seu sustento o resto da vida. A garota entretanto, não fica sendo contada entre suas quatro esposas permanentes. O homem não poderá também se casar com a irmã da garota. É melhor para uma garota casar neste período, quando ela vai começar a menstruar, para que isso ocorra na casa do seu marido e não na casa do seu pai. Todo pai que casar sua filha tão jovem terá assegurado um lugar permanente no céu.

Esta é a história que a mídia não conta, que o mundo se cala e não quer ver, ou que não querem que você saiba.

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sábado, 19 de setembro de 2009

Quer saber meu CPF? Fique atrás de mim na fila do supermercado!

Essa semana que passou produzi duas grandes reportagens sobre falsificação de documentos que culminaram com a prisão de uma quadrilha. O bando agia na Praça Clovis, próximo a Praça da Sé, centro de São Paulo. Os falsários abordavam as pessoas que iriam ao Poupatempo (serviço público paulista onde se concentra a emissão de vários documentos) e ofereciam de carteira de identidade a diplomas e certidões de nascimento. No caso que mostramos, o documento falso fornecido pela quadrilha tinha dados verdadeiros de três pessoas diferentes: o RG de uma, o CPF de outra e o registro da certidão de nascimento de uma terceira. Segundo o Ministério Público, para quem entregamos o caso, esses dados podem ter sido obtidos ou de documentos roubados ou de bancos de dados oficiais com a ajuda de funcionários públicos.

Mas, na minha opinião, a questão se torna ainda mais complicada porque muitas vezes nós mesmos contribuímos em fornecer esses dados para os ladrões. É a banalização do uso de dados pessoais. Pelo menos aqui em São Paulo, qualquer um que queira obter o número de um CPF válido para usar em falsificações, basta ficar numa fila de supermercado. É que para o preenchimento da Nota Fiscal Paulista, consumidores ditam os números em alto e bom som para o caixa e para quem mais quiser ouvir.

Outro dia, num posto de gasolina, me peguei preenchendo um cupon de promoção que me dava direito a concorrer a um terreno não-sei-onde. Quando percebi estava entregando o cupon com todos os meus dados, CPF, RG, telefone e endereço, a uma pessoa que eu nem conheço. Mudei de idéia na hora, disse que depois entregava o cupon e fui embora. Quem me garante que aqueles dados não serão vendidos para as quadrilhas?

Por causa disso é bom ficar atento a tudo que se preenche por ai, mesmo nos supermercados a que vamos com frequência. Informações como essa valem ouro para os bandidos. Como diz o velho ditado "O seguro morreu de velho!"

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O cão que salvou uma vida

Sou amante dos animais, especialmente dos cães. Tenho uma yorkshire que é como uma filha para mim e minha mulher - recebe todos os carinhos possíveis, cuidados e educação como qualquer criança. Por isso me emociono quando vejo histórias envolvendo animais. Vejam só essa: durante a semana fui entrevistar o Carlinhos, da Fazenda da Record, para uma matéria sobre "compulsivos eletrônicos" (gente que adora tecnologia). Ao sair do apartamento dele no Itaim, me deparei com esse cara do vídeo abaixo. Chama-se Jerry Adriane. Sim, por homenagem dos pais ao cantor da Jovem Guarda. Jerry era Policial Militar lotado no canil da PM. Tinha mulher e um filho e uma vida confortável. Há cerca de um ano, quando voltavam de uma festa pela Raposo Tavarez, o carro capotou. A mulher e o filho morreram no acidente. Desnorteado, Jerry largou tudo - o trabalho, a casa onde morava, os amigos - e foi viver na rua, como mendigo. Morou embaixo de pontes e viadutos, pedia comida em porta de restaurante, não tomava banho e quis se matar várias vezes. Sentia culpa pela morte da família. Certo dia ganhou de presente de alguém o cachorro do video, um border-collie. Adestrou-o, deu-lhe carinho e dividiu com o cão a pouca comida que conseguia na rua.

Hoje Jerry recuperou sua vida. Conseguiu alugar um quartinho no bairro e ganhou algum dinheiro fazendo apresentações com o cachorro em programas de tv. O que mais me emocionou foi o que ele disse sobre seu melhor amigo: "Esse cachorro me trouxe de novo à vida. O amor dele por mim e o meu por ele me fizeram acreditar de novo que eu poderia me reerguer. Foi a dedicação a esse bicho que me fez esquecer a idéia de me matar, de me atirar de um viaduto".

E ainda tem gente que acha que os cães são animais e tem de ser tratados como tal.

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Bendito prosseco!

Sou místico desde que comecei a compreender algumas coisas na vida. Espiritualista, aprendi que nada acontece por acaso. Muitas coisas talvez não tenham explicação para nosso pequeno universo compreensivo, mas podem ter certeza de que, há sim uma justificativa para tudo que acontece a nossa volta. Vou dar um exemplo: ontem a noite eu e minha mulher fomos a casa de um amigo jantar. Antes, passei num supermercado para levar um "prosseco" e quando voltei ao carro ele não pegou. Simplesmente teve uma pane em plena sexta a noite. Imaginei que fosse um problema recorrente que eu já tinha mandado consertar (um defeito na bomba de gasolina) e nem insisti muito. Quando vi que não tinha jeito, peguei as coisas, conversei com um segurança dali e resolvi deixar o carro passar a noite onde estava, na calçada do supermercado. Pegamos um taxi e seguimos para nosso jantar. Hoje cedo acordei, chamei o mecânico e deixei o problema para ele resolver.

No momento fiquei pensando: "Porra, que merda isso acontecer justo agora!" Aí, dentro do taxi, a caminho da casa do meu amigo, fiquei pensando que foi a melhor coisa aquilo ter acontecido ali, naquele lugar e naquele momento. Se eu não paro para comprar o prosseco (que meu amigo disse que não precisava levar) provavelmente meu carro teria tido a pane em cima do elevado Costa e Silva ou no meio da 23 de maio. E quem conhece bem São Paulo sabe que não seria nada agradável ter um carro quebrado ali naquela hora da noite. Pelo menos, onde ficou estacionado estava seguro e nós também não corremos risco nenhum. Estávamos a tres quadras de casa e se resolvêssemos não ir mais ao jantar, uma pernadinha de volta e estávamos tranquilos também.

Por causa disso é que não reclamo mais de qualquer situação sem antes pensar direito no assunto. Aquele velho ditado "há males que vem para o bem" nessa horas parece a mais pura verdade. Se eu ouço meu amigo, que me pediu para não levar nada, sabe-se lá a dor de cabeça que eu teria tido ontem a noite. Ao contrário, o prosseco teve dois papéis importantes - o de manter meu carro num lugar seguro e de permitir que déssemos boas risadas junto a amigos queridos, brindando com ele, claro. Bendito Prosseco!

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quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Sucata ambulante tem mesmo que ir pro ferro-velho!

O Governo dos Estados Unidos aprovou medida para diminuir o número de carros velhos nas ruas. Quem entregar o "pangaré de lata" a um ferro velho, vai receber um bônus de US$ 4,5 mil (cerca de 9 mil reais) para a compra de um modelo mais novo. Os EUA estão investindo cerca de 3 bilhões de dólares nisso - muito inferior aos gastos do país para reduzir a poluição causada por estes veículos e para resolver problemas de trânsito com as quebras e acidentes que eles provocam.

É uma maneira de pensar inteligente, bem diferente do Brasil onde as latas velhas são isentas de IPVA, o que motiva sua compra. Dá até medo de circular ao lado desses monstrengos sem freio, sem segurança, com parachoques caindo pelas ruas. Tá bom, você vai dizer que nos Estados Unidos um carro zero popular custa metade do que custa aqui. E aí eu vou dizer que é mais um problema que ninguém pretende resolver por aqui. Você sabia que do valor total de um carro no Brasil, mais de 50% são impostos que vão pro bolso do governo? E que vantagem você leva nisso? Ah, a redução do IPI! Tá bom, vá calcular o quanto você tá pagando a mais de licenciamento, seguro e financiamento e venha me dizer que os carros realmente estão mais baratos! Papai noel, saci pererê e duende realmente existem!!!

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segunda-feira, 14 de setembro de 2009

A democracia religiosa esta por um fio

O governo brasileiro esta próximo de sancionar um acordo com o Vaticano que pode abalar a democracia religiosa do nosso país. O texto abaixo foi retirado de matéria exibida no Domingo Espetacular, reportagem conduzida pelo colega Raul Dias Filho, e mostra quais os riscos esse acordo traz.

A reportagem

O Brasil é um país continental, povoado por muitos rostos, cores e crenças. A constituição prevê: é "inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos". Para garantir isso, a lei define o Brasil como um estado laico, ou seja, que não está ligado a nenhuma religião. Mas um acordo assinado às escuras pelo Governo e o Vaticano, e já aprovado na câmara dos deputados, pode ameaçar os direitos previstos na lei máxima do país. As obrigações do acordo são bem polêmicas.

O artigo sexto, prevê, por exemplo, que "o patrimônio histórico, artístico e cultural da igreja católica, assim como os documentos sejam considerados pelo Brasil como parte de seu patrimônio cultural". O acordo assegura também que "nenhum edifício, dependência ou objeto afeto ao culto católico pode ser demolido, ocupado, transportado, sujeito a obras ou destinado pelo estado a outro fim". O governo brasileiro ainda se compromete "a destinar espaços a fins religiosos, que deverão ser previstos no planejamento urbano das cidades".

O governo alega que o acordo apenas formaliza o que já faz parte das relações entre dois estados, ou seja, o Brasil e o Vaticano. Mas os especialistas alertam que o tratado vai ter peso de lei e, no futuro, pode interferir até em decisões da justiça brasileira. O juiz Roberto Lorea, diretor da associação dos magistrados do Brasil, diz que o acordo é ilegal e desvaloriza outras religiões. "É preciso que o estado seja neutro. Este acordo com o Vaticano lamentavelmente representa um retrocesso ao século dezoito, mais precisamente ao inicio do século dezoito, 1707 quando vigia no brasil as constituições primeiras do arcebispado da Bahia. Então vamos retroceder a um período de monarquia religiosa onde temos aí súditos da igreja católica e não mais cidadãos brasileiros"", diz ele.

O acordo entre o governo e a igreja católica foi aprovado em regime de urgência. e agora só precisa passar pelo senado para se transformar em lei. Segundo juristas, lamentavelmente, se colocou um regime de urgência nessa votação que não atende a nada, a não ser os interesses no caso específico da hierarquia da igreja católica que vê então aprovado, na câmara, um acordo sem que tenha sido realmente debatido, sem que as suas conseqüências tenham sido debatidas com a sociedade brasileira.

Um artigo em especial chamou a atenção dos especialistas. É o que prevê a instituição do "ensino religioso católico e de outras confissões religiosas nas escolas públicas de ensino fundamental". Ou seja, as escolas públicas de todo brasil seriam obrigadas a manter a disciplina de ensino religioso. Roseli Fischman, professora de pós-graduação da universidade metodista de São Paulo dedicou a vida a estudar a influência da igreja católica no ensino público no Brasil. Para ela, o acordo dá privilégios à igreja católica. "Sendo um tratado bilateral as coisas que estão estabelecidas ali elas só podem valer se a santa sé aceitar. ele saiu da nossa alçada. nós estamos abrindo mão da nossa soberania", afirma.

A constituição brasileira prevê o ensino religioso nas escolas públicas como matéria opcional, mas o baixo número de interessados inviabiliza as aulas na prática. A maioria dos estudantes acha que religião se aprende em casa e não na escola. Se o acordo for aprovado, a escola fica obrigada a oferecer o ensino religioso e o aluno decide se assiste ou não às aulas. Um sistema que pode provocar constrangimentos. O presidente da confederação nacional dos trabalhadores em educação, Roberto Leão, diz que as aulas de religião vão estimular a discriminação. O aluno que não quiser assistir as aulas vai ter que começar a explicar porque que ele não quer.

Como é lá fora

Nos Estados Unidos, país de tradição protestante, há dezenas de denominações religiosas. Mas a constituição do país proíbe misturar os assuntos do estado com as opções de fé do cidadão. A emenda número um da constituição americana impede o estabelecimento de uma religião nacional e não permite o ensino religioso nas escolas públicas.

A maioria dos países da europa também não impõe o ensino religioso. Em portugal, por exemplo, os alunos decidem na matrícula se querem ou não ter aulas de religião. A maioria responde "não". Na frança, a lei proíbe aulas de religião e o uso de símbolos religiosos. Mesmo assegurando a autonomia dos países-membros, a Comissão Européia publicou, há dois anos, uma espécie de guia sobre o ensino religioso no continente. A principal orientação é a tolerância, ou seja, o respeito por todas as crenças e até pela opção de não se ter religião.

Regina Jurkewictz é coordenadora da ong católicas pelo direito de decidir. Para ela, o acordo fere os direitos do cidadão brasileiro. "Fere por quê? Porque acaba trazendo uma situação de privilégio a uma igreja, a uma única igreja que com o acordo garante a isenção dos impostos, garante um privilégio no ensino religioso nas escolas públicas porque aí se supõe que o estado é que vai pagar o professor que vai dar aula nas escolas públicas. Para ensinar um tipo de doutrina de uma única religião". Para saber o que os brasileiros acham do acordo entre Brasil e Vaticano, a ong encomendou uma pesquisa de opinião. O Ibope ouviu dois mil e dois entrevistados com mais de dezesseis anos, de todas as religiões, em 142 cidades. O resultado foi categórico - a pesquisa mostrou que setenta e oito por cento dos brasileiros são contra o acordo. Entre os entrevistados que se declararam católicos, o índice é praticamente o mesmo: setenta e cinco por cento disseram ser contra o acordo.

Uma ameaça à constituição. Cabe aos senadores decidir se o governo vai ou não honrar a tradição de respeitar a crença de cada brasileiro. Segundo a professora Roseli Fishman, da Universidade Metodista de São Paulo, o que está se dizendo é que alguns brasileiros são mais cidadãos que os outros, e isso é definitivamente inaceitável dentro de uma nação como o Brasil, de uma democracia como a nossa, quando mais numa escola pública que não pode ensinar privilégios, mas sim defender direitos.

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domingo, 13 de setembro de 2009

Italianos - prendemos uns, protegemos outros.

Nas semanas que se passaram duas situações me deram nojo: primeiro a prisão de um turista italiano em Fortaleza por, simplesmente, ter dado um selinho na filha de oito anos; segundo, a defesa escancarada do presidente do STF ao ex-guerrilheiro Cesare Battisti, também condenado em seu país por homicídios. No caso do italiano em Fortaleza, solto na ultima sexta depois de passar mais de uma semana preso como um pedófilo, a própria soltura e a postura de sua mulher são mais que indícios de que houve ali um terrível abuso de autoridade, excesso de moralismo e desrespeito a um cidadão estrangeiro. Isso tudo por causa de um casalzinho futriqueiro de Brasília, provavelmente frustado com a impossibilidade de ter filhos ou incapaz de dar aos seus o mesmo carinho do pai italiano. E enquanto esse pai italiano amargava dias angustiantes na cadeia, o mafioso italiano (que nem sei se é pai), comemorava sua proteçao e o estatus de preso político dado pelo presidente do STF, Tarso Genro. Até quando seremos assim, condenando pais carinhosos e protegendo criminosos? Deixemos o problema de Battiste para seu governo resolver. Na minha opinião não nos devemos nos preocupar com isso. Devíamos sim nos preocupar com os traumas que a criança de oito anos poderá ter ao ter visto seu pai ir pra cadeia, algemado como um criminoso. Deverá pensar ela: "Nossa, se no Brasil é crime uma demonstração de carinho, como será matar ou roubar alguém? Que país estranho!".

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sábado, 12 de setembro de 2009

Are baba, que saco!!

As vezes eu queria ter uma vida de fim de novela - fútil, cheia de falsas verdades e intensamente utópica. Mas que bom seria se os autores pudessem nos dar um pouco mais de emoção em cada último capítulo, sem que já conhecêssemos seu final previsível. Na verdade eu não sou muito de assistir novela. Acho que há coisas bem melhores pra fazer, mas como sou democrático e aproveito o pouco tempo que tenho a noite pra ficar ao lado da minha mulher, acabei assistindo a alguns capítulos de Caminho das Índias. Só consegui tirar uma conclusão - representar na tela uma cultura tão rica como a da Índia, se não for levada a sério, acaba ficando no limiar entre o ridículo e o absurdo. Lord Ganesh deve ter revirado as lamparinas da consciência com a parodização mostrada ali. Aliás, numa novela que mostrou as tradições da Índia, mais interessante foram as tramas brasileiras.

O pior de tudo isso, pior ainda que a previsibilidade dos fins de novela da Globo - pais e filhos que se reencontram, relações desfeitas que se refazem, casamentos, gravidez inesperadas ou esperadas durante toda a novela, bandidos atrás das grades e mocinhos recebendo medalhas - são os modismos insuportáveis que ela deixa. Não aguento mais ouvir, em todo lugar que vou, alguém falando "Are baba", "Arebaguandi", "Atchá" e "tik", como se fossem reais representantes da cultura hindu. Também doía nos ouvidos a frase "firanghi estrangeira - firanghi já significa estrangeira - é como dizer "entrar pra dentro" ou "sair pra fora". Nas boates então, o hit tem sido aquela musiquinha da abertura que dá asia em sonrisal, tocada em ritmo tecno, o que piora ainda mais sua audição. Agora, se os homens comçarem a usar camisa de linho com aquele lenço ridículo no pescoço a la Radji, vou surtar.

Agora com o fim da trama é que fui perceber que a satirização do Casseta e Planeta "Com a Minhas nas Indias" parecia mais uma representação real e fiel da novela - que paródia que nada!

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sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Banda larga... mas nem tanto assim

Técnicos em informática de uma empresa da África do Sul decidiram fazer um teste inusitado: precisavam enviar um arquivo para sua filial em outra cidade, quilometros de distância dali. Resolveram fazê-lo de duas formas: enviando pela internet e através de um pombo correio. Ao mesmo tempo em que o pombo correio era solto com um cartão de memória preso à perna, um funcionário mandava o arquivo pela internet. Winston, o pombo, demorou uma hora e oito minutos para chegar a filial da empresa. E acredite: quando a ave chegou, apenas quatro por cento dos dados enviados pela internet tinham sido baixados, mesmo com banda larga.

Observação: este texto foi enviado ao provedor por um pombo correio, primo de Winston. (rs)

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Não confie demais no Twitter, diz especialista

Autor do livro “O culto ao amador”, Keen é um dos críticos mais ferozes da chamada web 2.0 – ou seja, dos sites que se baseiam em conteúdos gerados pelos usuários. Sua tese principal é de que a “democratização” da internet estaria minando a qualidade da informação disponível na rede, substituindo produtos culturais (notícias, filmes, músicas) de alta qualidade por conteúdo “pobre” criado pelos usuários comuns.

“Nunca disse que não deveríamos usar a internet – eu a uso como qualquer um. O Twitter é uma forma pública do e-mail, é uma boa maneira de ‘pensar em voz alta’, mas não publicaria nada com alguma seriedade ali”, explica o escritor em entrevista por telefone ao G1. Keen está no Rio de Janeiro, e participa de um debate às 17h desta sexta-feira (11) na Bienal do Livro.

“Isso (a brincadeira que virou ‘notícia’) reflete o fato de o Twitter não ser ‘mediado’, e é por isso que não se deve acreditar no que se lê ali. Quando acontece algo no mundo, as pessoas procuram fontes confiáveis de notícias, pode ser a CNN, a BBC ou o 'New York Times', ou talvez algum blog. As pessoas sempre pensam em substitutos, o que vai substituir o quê. O Twitter não vai substituir nada. É um site diferente, é bom, é divertido, provavelmente tem um futuro, mas certamente não é o futuro da imprensa”, explica.

O próprio conceito de web 2.0 está caindo em desuso, e muitos especialistas em internet têm deixado de usar a expressão – Keen é um deles. “Existia a ilusão de que sites com conteúdo gerado pelos usuários conseguiriam criar um substituto econômico viável através de anúncios, mas isso não aconteceu. O YouTube agora tenta exibir filmes tradicionais, como o site NetFlix, ao invés de vídeos gerados pelos usuários. A Wikipédia recentemente decidiu usar mais fontes editoriais. A ‘revolução radical’ do conceito de conteúdo gerado pelos usuários acabou, não deu certo”.

Ele diz que o modelo “mais atraente” para a internet nos últimos tempos é o de “web em tempo real” – conteúdo gerado e transmitido ao vivo, como é o caso do Twitter. “É sobre isso que todo mundo está falando, investidores, especialistas. Se você for a um encontro de investidores e falar sobre web 2.0 provavelmente vão te expulsar da sala”.

Outro conceito recente que chama a atenção de Keen é a ideia da “internet gratuita”, onde o conteúdo não é cobrado do consumidor final – tese principal do livro “Free” (“De graça”, em inglês), do editor-chefe da revista “Wired” Chris Anderson.

“Concordo com Anderson em alguns pontos. Acredito que a economia do ‘freemium’, quando você dá o conteúdo básico de graça e cobra por serviços adicionais é provavelmente o futuro da mídia”, imagina, mas cita alguns problemas, usando o site de streaming de música Spotify como exemplo.

“O desafio principal de sites como o Spotify não é ser popular. Ele é claramente popular, é um serviço muito atraente – assim como o YouTube. Mas o desafio é: o Spotify vai conseguir transformar sua popularidade em receita? Ninguém quer pagar por conteúdo on-line. O futuro de serviços do tipo ‘freemium’ como o Spotify depende de que 10, 15 ou 20% dos usuários queiram pagar por serviços extra, por exemplo, US$ 9,99 por mês para usar o a ferramenta em seu iPhone. Eu não estou convencido de que os usuários querem isso”, afirma. “A diferença entre eu e Anderson é que ele é muito otimista, e eu sou mais pessimista”.

Ele vai mais longe, dizendo que a economia do ‘freemium’ está ‘minando a qualidade dos bens culturais’. “Nesse modelo o artista (músico, cineasta) precisa passar a ser um marqueteiro de si mesmo. Antigamente eles conseguiam garantir a sua renda através da venda de seus produtos, hoje eles têm que dar esse produto de graça e se vender de outra maneira, seja adicionando anúncios aos seus produtos ou vendendo palestras ou shows. Penso em músicos como os Beatles, Rolling Stones, Bob Dylan ou Bruce Springsteen, como eles sobreviveriam nesta economia? Nesses casos, as gravadoras investiram uma quantidade significativa de recursos no talento deles. O problema com a economia do ‘freemium’ é saber quem vai investir em talentos”, resume.

Essa dificuldade para os artistas se sustentarem tem uma raiz – a troca de arquivos (ou pirataria) de músicas e filmes na internet. “Recentemente entrevistei Milos Forman (diretor de ‘Estranho no ninho’ e ‘Amadeus’), e ele acredita fortemente que a única maneira de sustentar a indústria cinematográfica é lutando contra os ‘ladrões’. Eu simpatizo com essa posição, mas acho que temos que pensar em outras questões”.

Keen diz concordar com as medidas duras que alguns governos na Europa e agora nos EUA estão tomando contra os casos de pirataria on-line. “Eu simpatizo com a ideia de que, na Grã-Bretanha, o governo descubra as pessoas que estão roubando e tire os privilégios de rede, diminua a conexão dessas pessoas. Eu acho isso apropriado, porque essas pessoas estão fazendo algo errado”, afirma, chamando a cultura de troca de arquivos de “saque cultural”.

Porém, o escritor morde e assopra, dizendo que as empresas donas do conteúdo partilhado também têm que fazer a sua parte. “Acho que deveria existir uma evolução cultural em termos de propriedade intelectual e na maneira em que as gravadoras, estúdios e editoras apresentam seus conteúdos on-line. Eles devem ceder um pouco”.

Keen dá muita atenção às discussões sobre direitos autorais na era digital. Na sua opinião, é “uma das questões mais significativas do começo do século XXI”, e defende a politização do debate, incluindo a nova onde da Partidos Piratas que começa a se espalhar pela Europa

“O sucesso do Partido Pirata, especialmente na Suécia, reflete essa politização. Creio que eles têm que ser cuidadosos. Precisam deixar claros os limites desse saque cultural que está ocorrendo. Devem dizer: ‘nós não estamos envolvidos com o roubo intelectual, nós acreditamos que isso precisa ser um modelo de negócios. Mas ao mesmo tempo nós queremos uma reforma nos direitos autorais, estamos preocupados com a questão da privacidade na era eletrônica’. Se quiserem participar do debate político ao invés de serem apenas uma piada, precisam afirmar claramente que as pessoas devem respeitar as leis”, aconselha.

Além do debate na Bienal, o escritor vem a Brasil com a intenção de escrever um artigo sobre as novas empresas de internet nacionais, e está pedindo ajuda aos seus leitores. “Estou interessado nos desafios dos jornais no Brasil, se os blogs estão substituindo os jornalistas, o que está acontecendo na indústria musical, na indústria cinematográfica. Eu gostaria de pedir às pessoas para me contatar no Twitter, com histórias interessantes, com exemplos do que tem mudado no Brasil”. As dicas podem ser enviadas para http://twitter.com/ajkeen. Quem disse que o Twitter não tem utilidade?

Por Amauri Stamboroski Jr.
Do G1, em São Paulo

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quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Porque o Brasil é o que é

Recebi o texto abaixo pela internet e achei interessante dividir com vocês. Explica com lucidez os motivos de sermos o país e o povo que somos e revela a oportunidade que perdemos de sermos muito melhores. Bom para refletir sobre isso.

"Investigações demonstram que a diferença entre os países pobres e os ricos não é a idade. Isto pode ser demonstrado por países como Índia e Egito, que têm mais de 2 mil anos e ainda são muito pobres. Por outro lado, Canadá, Austrália e Nova Zelândia, que eram desconhecidos há 150 anos, hoje são países desenvolvidos e ricos. A diferença entre países pobres e ricos tampouco está nos recursos naturais disponíveis. O Japão, por exemplo, possui um território limitado, 80% montanhoso, inadequado para a agricultura e a criação de gado, mas é a segunda economia mundial. Este país é como uma imensa fábrica flutuante, importando matéria-prima de todo o mundo e exportando produtos manufaturados. Outro exemplo é a Suíça, que não produz cacau, mas tem o melhor chocolate do mundo. Em seu pequeno território cria animais e cultiva o solo durante apenas quatro meses no ano. Não obstante, produz laticínios da melhor qualidade. É um país pequeno que oferece uma imagem de segurança, ordem e trabalho, transformando-o na caixa-forte do mundo.

Executivos de países ricos que se relacionam com países pobres evidenciam que não existe diferença intelectual realmente significativa. A raça, a cor da pele tampouco são importantes: imigrantes qualificados como preguiçosos em seus países de origem são a força produtiva de países europeus ricos.

Onde está, então, a diferença? A diferença é a atitude das pessoas, moldada no decorrer dos anos pela educação e pela cultura. Ao analisar a conduta das pessoas nos países ricos e desenvolvidos, constatamos que a grande maioria segue os seguintes princípios de vida:

1. A ética, como princípio básico.
2. A integridade.
3. A responsabilidade.
4. O respeito às leis.
5. O respeito pelos direitos dos demais cidadãos.
6. O amor pelo trabalho.
7. O esforço para economizar e investir.
8. O desejo de superar.
9. A pontualidade.

Nos países pobres, apenas uma minoria segue esses princípios básicos em sua vida diária. Não somos pobres porque nos faltam recursos naturais ou porque a natureza foi cruel conosco. Somos pobres porque nos falta atitude. Nos falta vontade para cumprir e assumir esses princípios de funcionamento das sociedades ricas e desenvolvidas. Somos assim por querer tomar vantagem sobre tudo e todos. Somos assim por ver algo que está mal e dizer: “deixa como está”.

Devemos ter atitudes e memória viva. Só assim mudaremos o Brasil de hoje. Provavelmente você é uma dessas pessoas que fazem a diferença e lutam para mudar nossa sociedade corrupta e sem princípios. Mas não esqueça que ainda existem muitos necessitando entender que a falta de princípios é a raiz da miséria.

Os pensamentos geram atitudes, atitudes geram hábitos, hábitos geram um estilo de vida. Estilo de vida é o reflexo do caráter. O caráter de um povo é o reflexo daquilo que ele pensa e seus representantes no governo, por isto, não pensam diferente. Nós somos o que pensamos e não o que pensamos que somos."

Tradução de Jorcelangelo L. Conti

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quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Como cavar a própria cova, ou melhor... poça!

Muita gente fica se perguntando de quem é a culpa pelas enchentes em São Paulo. Será do desmatamento de áreas verdes? Da construção de pistas para aliviar o trânsito? Da poluição dos rios Pinheiros, Tietê e Tamanduateí? As respostas podem ser inúmeras mas não me sai da cabeça que a culpa é toda nossa. Aliás, vou até me excluir dessa porque, na questão da qual vou falar, me excluo completamente - da "porquisse" que os próprios moradores dessa cidade fazem nas ruas. As inundações, para mim, tem um único culpado - ou melhor, milhões deles - você motorista que atira lixo pela janela do carro, você morador que joga entulho em terreno baldio, você cidadão (se é que podemos chamar de cidadão) que entope bueiros com toda a porcaria que deixa pela calçada.

Outro dia fui até um banco na Lapa. Deixei o carro estacionado a uma quadra da agência e fui obrigado a caminhar num mar de guardanapos, embalagem de alimentos, sacos plásticos, tocos de cigarro e toda a sorte de nojeira que as pessoas deixam por ai. Eu que sempre guardo papel de bala no bolso até encontrar um lixo pra jogá-lo não consigo entender como as pessoas conseguem ser tão porcas em São Paulo. Nesse mesmo dia, vi o dono de um bar varrer para a calçada e para o meio fio uma montanha de guardanapos sujos que os clientes deixaram pelo chão. E o pior é que há multa pra isso, de acordo com a Lei Cidade Limpa. Mas cadê a fiscalização, a punição, a vergonha na cara?

E sabe onde esse lixo todo vai parar? Nos bueiros que deveriam escoar a água da chuva! Se eles estivessem livres do lixo não haveria tantas ruas alagadas e intransitáveis. Ontem mesmo, dia de mais um temporal que parou São Paulo, me deu vergonha ver a enxurrada se sacos pretos descendo pelas ruas até formarem "barricadas" em alguns cruzamentos. Enquanto isso a prefeitura, que demitiu servidores do serviço de limpeza, afirma que isso não vai afetar o trabalho. Queria ver seo Kassab de calças arriadas tentando desobstruir os bueiros do lixo que ele deveria ter mandado recolher religiosamente.

A prefeitura não cumpre seu papel direito - isso é claro pelas montanhas de lixo que vemos pelas ruas diariamente. Mas a população também não contribui. Vim de uma cidade em que a população é prepotente e ignorante. Mas tiro o chapéu pela sua educação nas ruas e consciência de cidadania em relação ao lixo. Em Florianópolis não se vê um papel de bala sequer jogado na rua. As pessoas que passeiam com seus cachorros carregam saquinhos plásticos para pegar a "caca" e jogar num local apropriado. Já aqui, a gente tem de andar olhando pro chão pra não pisar em nada. As vezes é melhor ir pela rua tamanho o mar de cocô nas calçadas. Outro dia uma mulher abriu o portão pro seu "poodlezinho de merda" deixar a marca dele na calçada. Esperei ela entrar e não hesitei: peguei o cocô com um plástico e atirei pra dentro da garagem, com força suficiente ainda pra escorrer pela parede. Talvez ela pense um pouco mais antes de fazer isso novamente.

O que precisamos é de educação e não de mais obras para tentar resolver um problema que a solução pode depender apenas da nossa consciência. Quando ver um saco de lixo descendo a enxurrada, pense que ele pode ter saído da frente da sua casa.

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terça-feira, 8 de setembro de 2009

Tempos modernos, novos ditados

Repassado por um amigo. Achei bem bolado.
Na Era Digital, melhor atualizar os velhos ditados:

1. A pressa é inimiga da conexão.
2. Amigos, amigos, senhas à parte.
3. Antes só, do que mal acompanhado em chats.
4. Arquivo dado não se olha o formato.
5. Diga-me que chat freqüentas e te direi quem és.
6. Para bom provedor uma senha só basta.
7. Não adianta chorar sobre arquivo deletado..
8. Em briga de namorados virtuais não se mete o mouse.
9. Em terra off-line, quem tem um 486 é rei.
10. Hacker que ladra, não morde.
11. Mais vale um arquivo no HD do que dois baixando.
12. Mouse sujo se limpa em casa.
13. Melhor prevenir do que formatar.
14. O barato sai caro. E lento.
15. Quando o e-mail é demais, o santo desconfia que tem vírus anexado.
16. Quando um não quer, dois não teclam.
17. Quem ama um 486, Pentium 5 lhe parece.
18. Quem clica seus males multiplica.
19. Quem com vírus infecta, com vírus será infectado.
20. Quem envia o que quer, recebe o que não quer.
21. Quem não tem banda larga, caça com modem.
22. Quem nunca errou, que aperte a primeira tecla.
23. Quem semeia e-mails, colhe tempestade de spams.
24. Quem tem dedo vai a Roma.com
25. Um é pouco, dois é bom, três é teleconferência ou lista virtual.
26. Vão-se os arquivos, ficam os back-ups.
27. Diga-me que computador tens e te direi quem és.
28. Há dois tipos de pessoas na informática. Os que perderam o HD e os que ainda vão perder...
29. Uma impressora disse para outra: Essa folha é sua ou é impressão minha.
30. Aluno de informática não cola, faz Control C e Control V.

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domingo, 6 de setembro de 2009

Nos falta sensatez... mas sobra hipocrisia

O artigo abaixo foi publicado por Ricardo Kotscho, no blog "O Balaio". Inteligentíssimo, mostra o quanto nós brasileiros somos ignorantes.

Este caso resume tudo o que nós temos de pior: falta de cultura, hipocrisia, autoritarismo, delações levianas, mania de se meter na vida dos outros sem ser chamado. Batemos muito nos políticos brasileiros de todas as latitudes, todos os dias, em todos os espaços da velha e da nova mídia, como se eles não fossem nossos representantes nas diferentes esferas de poder, livremente escolhidos por cada um de nós. Por mil razões, este virou o esporte nacional predileto. É como se eles fossem extra-terrestres, e tivessem surgido do nada, apenas para nos infernizar a vida. Não, meus caros amigos do Balaio, não tirei meu dia hoje nesta sexta-feira chuvosa em São Paulo para defender os políticos. Mas acho que está na hora de falarmos um pouco também das nossas próprias responsabilidades como cidadãos e do conjunto da sociedade na crise de caráter vivida pelo país. O que me chamou a atenção desta vez foi o inacreditável episódio registrado em Fortaleza, na quinta-feira, quando um turista italiano, de 40 anos, casado com uma brasileira, foi preso por beijar na boca a própria filha de oito anos num local público.

Este caso resume tudo o que nós temos de pior: falta de cultura, hipocrisia, autoritarismo, delações levianas, mania de se meter na vida dos outros sem ser chamado.
Num país que é tristemente conhecido como um dos campeões mundiais de violência infantil, o italiano foi denunciado à polícia por um casal de Brasília, certamente habituado a só ver cenas bonitas e edificantes, porque não gostaram de ver os carinhos que ele fazia na filha na piscina de um bar na praia. Se, ao contrário, ele estivesse batendo na menina, certamente ninguém repararia nem se pensaria em chamar a polícia. Seria visto como coisa normal: a cada dia, são registrados 92 casos no Brasil de violência infantil, segundo a Subsecretaria de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente do governo federal. No ano passado, foram 32.588 casos.

Ao contrário do que costuma acontecer, desta vez a polícia foi rápida e eficiente. Agentes do 2º Distrito Policial de Fortaleza atenderam prontamente ao chamado do casal de Brasília e foram até a praia do Futuro para prender em flagrante o indigitado italiano, perigoso meliante que até o final do dia permanecia preso numa cela isolada. Indiciado por “estupro de vulnerável”, pode pegar até 15 anos de cadeia, segundo as leis brasileiras. Por ter beijado a filha na boca!

O casal de Brasília e os policiais de Fortaleza não tinham obrigação de saber que os italianos têm essa mania de beijar todo mundo, parentes e amigos, sem se importar se é ou não do mesmo sexo, tanto faz para eles. Mas poderiam, antes de denunciar e prender o pai da menina, conversar com a mãe dela, uma brasileira. Para a mãe, segundo o noticiário da “Folha”, o “selinho” foi apenas uma demonstração de carinho, algo comum na sua família, que mora na Itália e planejava passar duas semanas no Brasil. Não, definitivamente não são apenas os políticos brasileiros e suas lambanças que nos fazem passar vergonha lá fora. Cada leitor do Balaio certamente terá outras histórias para contar de fatos que nos envergonham, praticados por cidadãos comuns que passam o tempo todo xingando os políticos.

Outro dia, quando eu estava atravessando a rua com a família toda, incluindo a sogra e um carrinho de bebê, um motorista invadiu a faixa de pedestres e, quando gritei com ele, parou o carro para me desafiar: “Está pensando o que, imbecil? Pensa que está em Londres?”.

Ricardo Kotscho,
paulista, paulistano e são-paulino, é repórter do iG e da revista Brasileiros.

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