sábado, 12 de setembro de 2009

Are baba, que saco!!

As vezes eu queria ter uma vida de fim de novela - fútil, cheia de falsas verdades e intensamente utópica. Mas que bom seria se os autores pudessem nos dar um pouco mais de emoção em cada último capítulo, sem que já conhecêssemos seu final previsível. Na verdade eu não sou muito de assistir novela. Acho que há coisas bem melhores pra fazer, mas como sou democrático e aproveito o pouco tempo que tenho a noite pra ficar ao lado da minha mulher, acabei assistindo a alguns capítulos de Caminho das Índias. Só consegui tirar uma conclusão - representar na tela uma cultura tão rica como a da Índia, se não for levada a sério, acaba ficando no limiar entre o ridículo e o absurdo. Lord Ganesh deve ter revirado as lamparinas da consciência com a parodização mostrada ali. Aliás, numa novela que mostrou as tradições da Índia, mais interessante foram as tramas brasileiras.

O pior de tudo isso, pior ainda que a previsibilidade dos fins de novela da Globo - pais e filhos que se reencontram, relações desfeitas que se refazem, casamentos, gravidez inesperadas ou esperadas durante toda a novela, bandidos atrás das grades e mocinhos recebendo medalhas - são os modismos insuportáveis que ela deixa. Não aguento mais ouvir, em todo lugar que vou, alguém falando "Are baba", "Arebaguandi", "Atchá" e "tik", como se fossem reais representantes da cultura hindu. Também doía nos ouvidos a frase "firanghi estrangeira - firanghi já significa estrangeira - é como dizer "entrar pra dentro" ou "sair pra fora". Nas boates então, o hit tem sido aquela musiquinha da abertura que dá asia em sonrisal, tocada em ritmo tecno, o que piora ainda mais sua audição. Agora, se os homens comçarem a usar camisa de linho com aquele lenço ridículo no pescoço a la Radji, vou surtar.

Agora com o fim da trama é que fui perceber que a satirização do Casseta e Planeta "Com a Minhas nas Indias" parecia mais uma representação real e fiel da novela - que paródia que nada!

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