segunda-feira, 25 de abril de 2011

Basta um simples gesto!

A vida é um eterno aprendizado. Coitado daquele que acha que sabe de tudo, por mais que tenha rodado por ai, conhecido pessoas e lugares, sofrido dores ou vivido amores. Não é bem assim. Se aprende muito com isso, claro. Mas a escola da vida é incansável no seu ensinamento.

Eu por exemplo, tenho 46 anos bem vividos. Morei em várias cidades, minha família simples ficou rica e empobreceu antes de eu crescer, perdi pessoas queridas, conheci outras fantásticas, caí, levantei, caí de novo, levantei de novo. Enfim, vivi experiencias que muitas pessoas mais velhas não viveram. Mesmo assim, me acho imaturo no quesito sabedoria.

Muitas vezes me cobram domínio sobre um determinado assunto: "poxa, você é jornalista, tinha de saber!". E quem falou que jornalistas tem de saber de tudo? Claro, somos pessoas informadas, talvez mais pelo exercicio da profissão do que pela própria curiosidade. Mas somos humanos e não adivinhos. As vezes passo batido por questões que estão tilintando na tela da TV ou nos sites noticiosos. Isso porque me debruço com afinco no assunto do qual estou tratando em alguma matéria e isso, as vezes, me desvia a atenção de outros temas.

Mas não é bem desse tipo de aprendizado do qual estou querendo falar. Não falo do aprenzidado dos livros, das notícias, da escola. Falo do aprendizado da vida, daquilo que nos ensina a ser mais humanos, a ser pessoas melhores, a errar menos com os outros, mesmo que estes erros façam parte da nossa "humanidade". E todos os dias acordo pensando em como aprender mais. Não descobri a formula perfeita para isso, mas descobri que é fácil e simples: basta observar a vida que nos rodeia.

Vou dar um exemplo. Sempre quando eu chegava na TV pela manhã, bem cedinho, e cruzava com as pessoas, eu dava bom dia a todos. Percebi que muitas pessoas nem olhavam na minha cara e nem respondiam, baixavam a cabeça quando cruzavam por mim ou com qualquer outra pessoa. Por achar isso estranho demais, pensei comigo: "só vou dar bom dia a quem me olhar nos olhos e sorrir também". Passei a fazer isso. Caminhando pelos corredores eu fitava as pessoas em busca de um olhar solidário. Aqueles que passavam reto, quase esbarrando na gente, sem expressar qualquer reação amigável, deixava de ganhar o meu bom dia. Ah, vá se foder! Eu aqui na maior educação gastando saliva com gente "recalcada"? Pensava eu.

De repente, aprendi que não era esse o melhor caminho. Mas ninguem me ensinou. Eu simplesmente resolvi fazer um teste: passei a dar bom dia mesmo à aqueles carrancudos que pareciam estar de mal da vida. No começo era unilateral, algumas pessoas continuavam carrancudas e com cara de poucos amigos. Com o tempo, o meu insistente "bom-dia" foi quebrando esse gelo. Hoje, não são todas, mas algumas pessoas que antes passavam reto, hoje me sorriem e retribuem.

É desse aprendizado que estou falando, o de experimentar algo novo com a intenção de nos tornarmos melhor, de fazer nosso dia e o das outras pessoas melhor, de nos deixar com a sensação, ao final, de missão cumprida. Pelo menos naquele dia. É explêndida a sensação de êxito num simples ato que mudou algo. Tenho certeza de que essas pessoas que antes não me cumprimentavam, hoje passaram até a cumprimentar outros com os quais também cruzavam sem ser gentis.

Mas não são apenas "bons-dias" que podem nos trazer esse aprendizado tão valoroso em nossas vidas. Catar do chão um papel de bala que não foi você quem jogou; ajudar uma velhinha a carregar compras; dar lugar na fila do supermercado a alguém que comprou apenas uma latinha de refrigerante; pedir licença, desculpa e agradecer sempre com um simples "obrigado", também pode ter um efeito surpreendente na vida de cada um. E se multiplicarmos exponencialmente esses atos, podemos ter uma convivência muito melhor com os que nos cercam.

Buzinar apressado para o carro da frente não vai fazer você chegar mais rápido. Nem xingar com mil palavrões aquele motorista que te fechou vai te deixar mais calmo. Lembre-se que gentileza gera gentileza. Da mesma forma que agressão gera agressão. Veja o vídeo abaixo até o final e você entenderá a sensação de ter feito algo de bom, algo útil, algo nobre. Por mais que seja apenas colocar uma simples garrafa plástica no lixo.

Fique em paz!

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segunda-feira, 11 de abril de 2011

Mãos ao alto cidadão! Isso é um plebiscito!


Eu não queria tocar nesse assunto do massacre na escola do Rio de Janeiro, pois sei da exploração à exaustão do assunto. Mas é inevitável. Não posso me calar diante de uma situação que isso gerou. E mais uma vez, vemos uma tentativa pífia do governo tentar resolver um problema pelo lado errado.

Logo que aquele maluco assassinou friamente doze crianças, algumas vozes políticas - as mesmas que sempre se revestem de oportunismo e se aproveitam de uma situação calamitosa para aparecer – se lançaram numa campanha (mais uma) contra a venda e a posse de armas. Isso me fez lembrar aquele plebiscito de dois mil e cinco que foi do nada pra lugar nenhum consumindo alguns milhões de dinheiro público e que fez o governo enfiar o rabo entre as pernas.

Agora, o fato de um rapaz ter usado dois revólveres clandestinos para matar aquelas crianças ressucitou a questão como se os assaltos, os homicídios, os latrocínios que acontecem diariamente na nossa cidade não tivessem a mínima relevância. Campanhas de desarmamento, plebiscito sobre venda e porte de armas, tudo isso é besteira, puro engôdo pra fazer o governo gastar dinheiro à toa.

Todos nós sabemos que as armas que matam por aí não estão nas mãos de cidadãos que querem apenas se proteger dessa violência - que o poder público não tem a mínima competência pra combater. Estão nas mãos, sim, de bandidos, assassinos, latrocidas, lunáticos como o da escola do Rio, enfim, marginais de toda a espécie que estão se lixando pra campanhas de desarmamento ou plebiscitos. Aliás, pra eles, tudo isso é vantajoso pois, quanto mais armas legais tirarem das ruas, mais aumenta o poder de fogo deles e mais diminuem as nossas defesas. Ou você acha que os bandidos irian entregar seu arsenal em troca de alguma cesta básica ou incentivo fiscal?

Sou contra armas. Não tenho e nem teria qualquer uma delas em casa. Mas essa história de retomar uma campanha ou o plebiscito para decidir a respeito da posse de armas por civis é pura utopia. É o que o governo sempre faz: em vez de combater com mais eficácia a criminalidade e a violência, prefere fazer uma votação sobre o que deve ou não fazer. Vai passar vergonha tal qual a em 2005 quando a maioria dos votantes (64%) optou por não proibir o comércio de armas.

E as campanhas de desarmamento, que resultado obtiveram? Pífio, diante dos números da crescente violência no país. Claro, muitas das armas que os cidadãos de bem entregaram expontaneamente, acabaram indo parar nas mãos de bandidos que roubaram depósitos da polícia ou pelas próprias mãos de muitos policiais corruptos que trabalham como fornecedores das quadrilhas.

Querer proibir a comercialização de armas no país para resolver o problema da criminalidade é chover no molhado. É como querer proibir motocicletas andarem com garupa porque aumentou o número de assaltos praticados por dois caras numa moto. Ou criar uma lei para proibir as pessoas de andar na rua depois das 22 horas porque aumentou a violência após esse horário.

Infelizmente, no Brasil, tem-se a mania de querer acabar com os efeitos e não com a causa. É só combater a venda ilegal de armas, o contrabando, invadir morros e favelas atrás de traficantes, que vai se ver menos violência nas ruas. Agora, proibir um cidadão de comprar um revólver registrado, com posse e cadastrado na secretaria de segurança pública não vai evitar que um bandido qualquer lhe dê um tiro na cabeça com o “22” que ele trocou por um punhado de pó em algum canto da cidade.

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