quarta-feira, 27 de julho de 2011

Enjôos e desejos - Bebê a caminho, parte 3

É, o homem também engravida!

Sempre debochava de quem dizia que o pai engorda, enjoa e sente desejos junto com a mulher, gestante. "Ah, isso é conversa de quem não tem o que fazer, não há sentido para esse tipo de reação!", dizia eu como se fosse o mais expert dos homens na face da terra. Desculpem a expressão, mas... Ô CACETE!

Putz, nunca senti tanto desejo de comer ou beber algo em toda a minha vida. Um exemplo: outro dia estava eu devorando uma jarra de leite puro e frio, em pé, defronte a geladeira. Mais parecia um neandertal faminto que tinha acabado de abater um tiranossauro-rex. Aí você pensa "mas o que isso tem de anormal?" Não fosse o fato de ODIAR LEITE PURO, ainda mais gelado, nada de anormal! O pior é que antes de atacar a geladeira, senti a boca salivar por causa desse líquido branco e com gosto de tinta a cal que muita gente toma. Só me dei conta do absurdo quando vi minha mulher me olhando como se mirasse um filhote de leão lambendo o pires.

Tá, podem dar risada, mas passei a acreditar nessa transmissão de sentidos de uma mulher grávida para o marido. Só não me pergunte porque isso acontece. No começo da gestação da Débora, ela sofreu um pouco com os enjôos. E eu já sabia que isso iria acontecer porque ela, antes de engravidar, já enjoava só de andar de elevador. E não é que eu também tinha isso? Era comer um pãozinho de queijo, uma azeitona, uma bolachinha sequer, lá vinha aquela sensação de água de esgoto entalada entre o estômago e a laringe. Só faltava correr pro banheiro pra "chamar o Hugo". E dá-lhe a Débora dizendo "Viu, eu te disse, eu avisei, eu sabia!" Sabichona!

Voltando a falar dos desejos, sentado em frente a TV assistindo um DVD qualquer, de repente eu dou "pause", olho pra cara da minha mulher e pergunto freneticamente:
- Amor, tem NESTON em casa?
Preciso dizer que ela disparou uma gargalhada destampada que chegou a acordar os vizinhos?

Pois é! Hoje não duvido de mais nada! Se eu não tenho um pouquinho mais de força de vontade, estaria disputando espaço no espelho com ela pra saber qual barriga está maior. Por sorte, os desejos também não passaram além de coisas que a gente encontra na esquina de casa... AINDA! Mas não vou estranhar se, qualquer dia desses, eu abandonar o trabalho para procurar trufas da malásia frescas para comer. Ou amora nativa da indonésia. Quando pequeno adorava comer sanduíche de maionese com geléia de morango, feijão com arroz doce... agora, temo pelo pior se os meus desejos aumentarem. Enquanto isso minha gestante sente vontade de tomar água, comer churros, comida japonesa, uva e frutas que estão sempre a mão. Inveja dela!

Meu maior receio é, se essa gravidez continuar me influenciando assim, eu começar a andar com as pernas abertas que nem pata-choca, com uma mão nas costas e a outra segurando a barriga. Se isso acontecer corro pro médico! O problema será se meu obstetra não tiver horário pra me atender!

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sábado, 16 de julho de 2011

Dos carrões aos carrinhos - Bebê a caminho, parte 2!

ou 

Sábadão!! Acordei hoje e pensei: "bom vamos levar o carro pra lavar, depois visitar uma concessionária, uma loja de relógios, comprar umas revistas, uns DVDs e depois fejuca!". Como se estivesse lendo meu pensamento a patroa disse: "NANA NINA NÃO!! TEM TRÊS LOJAS DE BEBÊS PRA GENTE IR!!

É... aos poucos vou percebendo que minha vida está mudando e vai mudar ainda mais por causa do rebento que vem por aí. E quer saber? Eu to adorando tudo isso! Hoje passo reto pelas vitrines de carros esportivos e relógios mas não deixo de dar uma paradinha para ver aquele vestidinho branco bordado com uma borboletinha lilás ou a última babá eletrônica com vídeo e sensor de movimento que acabou de chegar na loja. Sinto que daqui pra frente, pelos próximos 10 anos, minha rotina será essa: lojas de bebês, depois lojas infantis, depois lojas para pré-adolescentes. Isso sem pensar nas lojas para adolescentes que vem depois.

Uma seguidora no Facebook me disse outro dia: "Se prepara para o novo acessório que vai usar pelos próximos 2 anos: uma bolsa rosa! É isso que você vai carregar pra todo o lado enquanto a mamãe empurra o carrinho! Fiquei imaginando que ela está repleta de razão! Mas a bolsa será lilás, e não rosa!

Me lembro da época de solteiro, quando eu via alguma gata com um bebê no colo corria lá pra puxar papo. Interessado na gata, claro. Hoje imagino a situação inversa - alguém chegando pra perguntar sobre a loirinha de olhos azuis que está no meu colo. Interessada nela, claro!

É, a vida muda. De acordo com nossa evolução espiritual, financeira, pessoal e profissional, vamos nos focando em coisas diferentes com o passar do tempo. Antes eu vibrava ao sonhar com aquele Mustang parado na frente da loja. Outro dia eu vibrei, gravei um vídeo e mandei pra esposa, de uma cadeirinha de bebê que, ligada na tomada, faz seis movimentos diferentes, toca seis tipos de música, balança, chacoalha, rodopia e saltita para que ele possa dormir. INCRÍVEL! Nem os 470 cavalos do Mustang chegam aos pés disso!

Antes eu achava um absurdo pagar 80 reais para duas pessoas numa feijoada. Hoje gastei 450 pilas em cueiros, meinhas e mijões e ainda perguntei pra minha mulher se "é só isso que você vai levar?". Aquela velha máxima que diz que uma mulher pode levar um homem à falência ainda continua valendo. No meu caso, duas mulheres! Uma grávida e outra com 17 centímetros que nem veio ao mundo ainda!

Mas confesso, depois de tudo isso - das compras - sentado à mesa de um bar, desfrutando da feijoada, chorei de felicidade por poder proporcionar isso à minha mulher e à minha filha que vem por aí. E não me importam mais os carrões. Meu negócio agora são os carrinhos! De preferência, os que dobram modelo guarda-chuvas, já vem com moisés e cadeirinha veicular. Mas desde que tenham suporte para mamadeiras e chocalhos! Uau!!

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domingo, 10 de julho de 2011

O valor do que é simples


Sou um cara de atitudes simples que, ao longo da vida, aprendeu que ostentações só nos fazem ter mais trabalho. É simples de explicar: depois de perder tudo que construí em 20 anos de trabalho, ao recomeçar a conquistar tudo de novo, tenho deixando de lado os supérfluos que só me davam estatus ao invés de prazer. Muita gente imagina que, ao tirar férias, como fiz agora, eu tenha passado dias maravilhosos numa pousada de esqui em Bariloche ou desfrutado de uma confortável estada num país europeu qualquer, badalado por brasileiros. Não que não quisesse isso. Quem não gostaria? Mas, não! Mesmo que tenha condições para isso hoje, graças a Deus, optei por uma temporada bem mais simples. E por um motivo bastante pessoal: por ter aprendido a sentir prazer em pequenas coisas como momentos agradáveis ao lado de amigos, caminhadas matinais numa praia vazia e cozinhar junto com minha mulher no cantinho que adquirimos para passar nossas horas de folga.

Foi em vários desses momentos que percebi o quanto se pode ser feliz sem estar cercado de ostentações que, como eu disse acima, nos dão trabalho. Ver minhas cachorras correndo pela praia, por exemplo, como se estivessem sorrindo por estarem ali, não tem preço. Poder caminhar de mãos dadas com a minha mulher e apreciar aquela barriga de 4 meses que brilhava à luz do sol de inverno, também foi algo por demais gratificante. Sentar na varanda do apartamento pra ler uma revista, saborear um churrasco feito ali, na hora, ou dar uma volta pelo gramado do condomínio me deram a sensação de completude.

Houve época em que eu buscava prazer numa casa luxuosa, ou num carro zero novinho. Acreditava que ter uma lancha iria me fazer feliz. Pensava que se me cercasse de objetos que o dinheiro me permitia ter, como uma bela moto, ou viagens constantes ao exterior, viveria satisfeito. Mas ao perder tudo de repente, vi que não faziam tanta falta assim. Fizeram mais aos "amigos" que se afastaram quando tudo se foi.

Minhas férias me fizeram refletir sobre isso, mais uma vez. Não há dinheiro ou estatus no mundo que pague a PAZ! A de caminhar numa praia vazia, de ver as cachorras correndo por ela, de ver o ventre da mulher que traz mais um filho, de ter amigos que não se importam com o ano do seu carro, de sentir o sol de inverno na pele e iluminar cenários como esse da foto abaixo. Para sermos felizes precisamos muito menos do que, as vezes, desejamos. Basta aprender a como desfrutar do que temos.

Praia da Cachoeira do Bom Jesus, Florianópolis.


Recebi esse video pelo Tweeter e achei que tem a ver com o artigo. Vale a pena curtir.

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