quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

De casa nova!



Finalmente estamos de casa nova. Este blog agora poderá ser acompanhado no Portal R7, da Rede Record. Clique no link (http://noticias.r7.com/blogs/ogg-ibrahim/
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terça-feira, 8 de novembro de 2011

A revolução estudantil (ops!) "infantil" na USP


Não tem nada que me dê mais azia do que manifestação de aluno da USP, dessas que envolvem meia duzia de baderneiros metidos a revolucionários. Em junho de 2009 presenciei e cobri o confronto de estudantes com policiais militares por causa da greve dos funcionários da USP. Estava tudo tranquilo até que menos de uma dezena de nerds-ativistas atiraram pedras nos PMs, dando início à confusão. Agora, talvez os mesmos que tenham incitado aquela baderna, são os responsáveis pelas cenas degradantes a que temos assistidos todos os dias nessa nova ocupação da Reitoria.

Vamos primeiro aos fatos: uma inexpressiva representatividade do universo de estudantes da USP resolveu brigar com a polícia porque alguns amiguinhos foram presos por fumar maconha. Pelo que eu saiba, no Brasil, o uso de drogas (e a maconha ainda é considerada uma delas) é crime punível com prisão. Aí, alguns adeptos do cigarrinho resolvem impedir que a PM se instale no campus e venha coibir ainda mais as rodinhas de fumaça. Será que eles pensam que aqui é Amsterdan ou a Jamaica? Em que ano eles também pensam que estão? 

Eu ainda era um bebê, mas alguns anos mais tarde na escola, quando eu lia sobre as manifestações de estudantes nos anos 60, eram por causa da ditadura, contra governos militares, contra a censura, a favor da liberdade de imprensa, contra os exílios-políticos. Tinham um sentido, uma justificativa palpável, eram pautadas em questões político-sociais que, se não fossem combatidas, nos dariam uma país muito diferente do que é hoje. As lutas, as revoltas tinham objetivos sérios e responsáveis e conseguiram mudar os rumos de um país que ainda engatinhava rumo a democracia. O movimento estudantil realmente cumpriu seu papel de protagonista no cenário da luta de classes no Brasil. 

Hoje, sob o comando de alguns poucos irresponsáveis, mauricinhos e patricinhas querem o que? Fumar maconha livremente no campus da maior e mais importante universidade do país! Tenha a santa paciência redobrada!

E o pior: usando roupas de grife famosa, escondem a cara como se tivessem vergonha do que eles próprios estão fazendo. Exibem apenas as bolsas de marca, os scarpins caros e os moletons importados. Quem é da época, por acaso viu alguma foto dos anos 60 com estudantes cobrindo o rosto durante as violentas manifestações? Aqueles sim eram verdadeiros revolucionários, lutavam por um ideal e não por um simples capricho ou mimo. E o que difere aqueles estudantes dos mimados de hoje começa pela própria classe social. Antigamente eles trabalhavam, comandavam famílias ainda novos, vinham de classes operárias e minorias rejeitadas, eram gente de valor e integridade.

Hoje, esses playboys revestidos de Che Guevara (que talvez nem saibam o que ele fez) que agora se intitulam "presos políticos", são na maioria um bando de filhinhos de papai, riquinhos que usam roupas de marca, óculos caros, andam de carro do ano e que sequer conhecem a verdadeira história de uma revolução estudantil. Chamo o que estão fazendo mais de "revolução infantil". E devo lembrar que, em sua maioria, quem entra na USP teve suporte financeiro suficiente a vida inteira que os livrou de trabalho e lhes deram tempo suficiente para estudar em colégios e cursinhos caros e entrar na universidade pública.

Para completar a arruaça eles tentam se defender usando da mais estrondosa hipocrisia, como na nota em que divulgaram no dia da desocupação da Reitoria: "... Num operativo com 400 homens, cavalaria, helicópteros, carros especializados e fechamento do Portão 1, instalou-se um clima de terror, que lembrou os tempos mais sombrios da ditadura militar em nosso pais." Com certeza os que encabeçam essa rebeldia nem tem noção do que realmente é um "período sombrio da ditadura militar". Talvez nem tenham estudado isso na escola porque se preocupam mais em passar o tempo enrolando o baseadinho do que aprendendo com os verdadeiros revolucionários do passado. Tenho pena da maioria dos estudantes de lá, que contestam essa bagunça e querem sim a presença da PM ali para coibir os assaltos, os roubos de carro e os assassinatos já registrados no campus. 

Para finalizar a nota da trupe que foi presa após a desocupação da Reitoria - que picharam e depredaram o prédio, desconhecendo que ali é um bem público, um patrimônio pelo qual os pais deles e nós pagamos com nossos impostos - essa gangue do maternal ainda brada: "Pode me prender, pode me bater, pode até deixar-me sem comer, que eu não mudo de opinião! Porque da luta eu não saio não!". Não saio não sem meu moletom da GAP e meus óculos Rayban

Me faz lembrar Cazuza: 
E aquele garoto que ia mudar o mundo, mudar o mundo...
Frequenta agora as festas do Grand Monde... 
(Ideologia)

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segunda-feira, 24 de outubro de 2011

O ritmo de cada um


A gente faz 15 anos, tem a festinha, começa a ir pras baladinhas e aí vem a ansiedade pra chegar aos 18 anos, à maioridade. Isso pra ter carteira de motorista, pra entrar em filmes e lugares que a gente não podia entrar antes e fazer, sem culpa, aquelas besteirinhas que a gente começou a fazer aos 15.

Aí a gente faz 18, UFA! Finalmente! Demorou mas chegou! Aí a ansiedade termina. MENTIRA! Aí é que a pressa de viver bate forte. A gente quer abraçar o mundo com as mãos. Parece que as 24 horas do dia são pouco pra tudo o que se quer. Nessa idade se quer trabalhar (os não filhinhos de papai, claro), ganhar dinheiro, ser independente, frequentar todas as baladas. Dormir era o detalhe menos importante das nossas vidas. Dormir era para os frouxos, CDFs e menininhos e menininhas criados com a avó.

Era uma ânsia incrível de viver, uma pressa de que as coisas acontecessem logo que desejávamos que dez anos passassem em dois. E a gente ligava pra isso? Tava nem aí! A gente tinha pressa pra chegar aos 20, depois pra chegar aos 30, ter mais maturidade, mais dinheiro, mais independência. E na pressa de viver acabava fazendo tanta coisa errada que não conseguia nada disso. Aí ansiamos pela chegada aos 40 para, definitivamente, se sentir o fodão da parada. A mulher aos 30.

Compramos carros cada vez mais velozes e potentes pra ficarmos parados no trânsito. A gente corta a frente de outro carro só pra ganhar 3 metros na fila do farol. Muita gente nem lugar na fila cede para não perder tempo. Por várias vezes fazendo entrevistas na Avenida Paulista, que a gente chama de “povo-fala”, me dirijo à pessoas que estão caminhando lentamente e quando levanto o microfone ouço “desculpa, mas to com pressa”. Naquela velocidade? Mas no geral as pessoas devem estar mesmo com pressa. Ou participando que alguma prova de atletismo porque nunca vi tanta gente correndo.

Odeio quando o carro de trás buzina "um segundo" depois que o sinal abre. Aí ele te ultrapassa a 200 por hora para, no próximo farol fechado, você parar do lado dele. Que vontade de dizer "Pra que a pressa, ô babaca?"

O que muita gente não percebe é que, conforme os anos vão passando o ritmo começa a diminuir. Percebemos que a pressa não serve pra nada a não ser atrapalhar o ritmo natural da vida. Percebemos que chegamos tão rápido ali que nem lembramos de coisas importantes pelas quais passamos. Aí bate a vontade de ter, de novo, 30, 20, 18 anos. A saúde começa a dar sinais de desgaste fruto daquela pressa toda, do estresse... e é quando nos questionamos porque corremos tanto?

Outro dia disse aqui que eu mesmo já tirei o pé do acelerador. Literalmente! Viajo pelas estradas bem mais devagar do que antes. E hoje isso me permite ver com mais prazer as paisagens pelas quais eu passava tão rápido. E assim faço na vida também. Ter mais calma me permite aproveitar mais as amizades, fazer as coisas mais atenciosamente, amar e viver mais intensamente. Hoje vejo que toda a pressa que também tive anos antes não me levaram mais longe do que eu queria nem de onde estou hoje. E assim me sinto como aquele motorista que arrancou num semáforo e saiu desesperadamente para estar parado no próximo.

E assim quero que a vida continue, mais lenta do que o normal para que eu não chegue ao fim dela tão rápido como eu quis no seu início. Pois precisamos lembrar que a vida tem começo, meio e fim. E ter pressa só vai faze-lo chegar a seu fim mais rapidamente. Pense nisso!

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segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Contagem regressiva!


Na próxima semana, este blog estará no Portal R7, da Rede Record. Enquanto aguardam a mudança, fiquem a vontade e aprecie os artigos anteriores.


Grande abraço!

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terça-feira, 27 de setembro de 2011

Não precisamos pagar o pato


A greve é um direito do trabalhador previsto na constituição. Tá lá no artigo 9º: "É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender". Mas no Brasil, as greves servem muito mais aos interesses dos sindicatos do que dos próprios trabalhadores. E com isso os principais prejudicados acabam sendo nós mesmos, os consumidores, contribuintes, enfim, os brasileiros.

Basta ver a greve nos correios - o que fazer com nossas contas que ainda não chegaram ou vieram com atraso? O governo vai pagar o nosso prejuízo com as correspondencias que deixamos de receber no tempo certo? Não!

E assim é quando param, por exemplo, os motoristas e cobradores de ônibus, os funcionários do metrô, os bancários, os servidores da saúde e outros funcionários públicos. Não questiono aqui suas atitudes mas sim os prejuízos a nós causados pelas paralisações. Acho que todas as categorias tem o direito de reivindicar melhorias salariais e nas condições de trabalho. Só não concordo com o uso de direitos constitucionais ou estabilidade profissional garantida por lei para que essas reinvindicações sejam atendidas.

Agora vemos os bancários paralisarem as atividades. E quem, mais uma vez, vai pagar o pato? Nós! E nessa onda recente podem surgir outras categorias de braços cruzados.

Uma vez vi notícia sobre a greve dos ferroviários de Londres. O que eles fizeram? Trabalharam normalmente mas abriram as catracas ao público. Transporte de graça pra todos! Causaram danos aos cofres da empresa mas nenhum inglês foi prejudicado. Me pergunto: porque as greves aqui não são assim?

Vamos dar exemplos. Ao invés de parar os serviços e deixar milhões de brasileiros enfurecidos com eles, os funcionários dos Correios, por exemplo, poderiam simplesmente não cobrar pelas encomendas e correspondências despachadas. Iriam atingir apenas a empresa e teriam a população a seu favor. No caso dos motoristas e cobradores de ônibus, liberem as catracas. Idem para funcionários do Metrô. No caso dos funcionários da saúde, deem remédio de graça pra quem precisa, mas não deixem de trabalhar porque, aí sim, estarão colocando a vida de alguem em perigo. Mas infelizmente aqui não funciona assim!

E o que ganham com isso? Por estarem causando prejuízos aos brasileiros, muitas categorias acabam multadas, através de seus sindicatos, grevistas tem os dias parados descontados e são obrigados judicialmente a voltar ao trabalho sem ter conseguido atingir seus objetivos. Ou conseguem apenas uma quirera daquilo que desejavam. Além, é claro, de não ter o apoio popular.


É meio utópico pensar assim num pais com tantas desigualdades e injustiças. Mas já pagamos caro demais por determinados serviços públicos para que não os tenhamos.

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segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Derrubando a concorrência de forma desleal

Aonde vamos chegar assim?

Já está ai mais uma medida do governo que ferra o consumidor e dá indícios de protecionismo e, porque não dizer "cartelismo", na indústria automotiva brasileira - o aumento do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) dos veículos importados. A desculpa é proteger a industria nacional que, coitadinha, estaria perdendo mercado com a venda crescente de carros importados. A medida, no mínimo, me parece calçada no desespero das montadoras das carroças brasileiras contra uma estratégia de gênio das chinesas, sul-coreanas e outras mais: fabricar carros com qualidade a preços mais acessíveis.

Quem não se lembra, lá pelos idos dos anos 80 e começo dos 90, quando tínhamos à nossa disposição apenas veículos da Fiat, Volkswagen, Ford e Chevrolet? A maioria dos carros não tinha ar-condicionado, câmbio automático, vidros e travas elétricos, nem alarme. Se você quisesse alguns desses ítens, teria de pagar bem mais caro por eles. Enquanto isso, em outros países, estas mesmas montadoras disponibilizavam modelos bem mais baratos, com acabamento superior e com todos esses acessórios de fábrica. E como a importação estava fora do alcance da maioria dos brasileiros, tinhamos de engolir as carroças ou enfiar a mão no bolso para ter um pouco mais de conforto.

O que aconteceu? Fernando Collor de Mello mudou esse cenário (talvez uma das únicas coisas decentes que ele fez). Permitiu a importação, mesmo que dos sofríveis carros russos (os Lada) e abriu o mercado para outras fábricas. Tudo bem que os primeiros Hyundai, por exemplo, que chegaram aqui, não eram nenhum primor de veículo, mas fez com que as empresas nacionais começassem a melhorar o que nos oferecia. Aí chegamos onde estamos hoje - temos importados com qualidade superior aos nacionais em vários aspectos, preços menores e garantias mega-estendidas. Resultado: a venda de veículos importados cresceu mais de 30% enquanto a de nacionais raspou apenas nos 2% no mesmo período.

É claro que a qualidade dos nacionais aumentou muito, temos excelentes carros que vão dos modelos populares aos mais luxuosos. Mas isso só aconteceu por causa da concorrência com os importados. Se isso mudar, corremos o risco de voltar a comprar gato por lebre.

O que o governo faz agora, atendendo ao chororô das montadoras brasileiras, me soa como mais uma das usurpações e chantagens a que já estamos acostumados. Na verdade, a medida mais imbecil e burra que temos notícias. Oras, se querem proteger a indústria nacional, faça-as produzir veículos mais competitivos e com preços mais atraentes, baixem os famigerados impostos dos veículos e deem incentivos para as fábricas produzirem mais e melhor. Quer um exemplo? O Equador consegue vender um iX35 da Hyundai por 24 mil dólares, ou cerca de 43 mil reais. Aqui o mesmo veículo não sai por menos de 90 mil - o dobro!

Aumentar de forma desleal o IPI dos importados é uma atitude suja de quem quer vencer, não pela competência, mas sim roubando no jogo.

E o pior de tudo isso é que, com essa medida, nenhum carro brasileiro vai baixar de preço. O que temo acontecer é o contrário (veja link abaixo). Imaginem só: vou pensar com a cabeça de um presidente de montadora: "Já que os importados vão subir demais (perto dos 30%), vamos aumentar os nossos em 15%, só a metade, que ainda vai ficar mais barato e a gente enche mais o bolso. Ah, e dá pro governo aquela comissãozinha pela medida contra nossos adversários!". Será que viajei demais?

Na minha opinião, o mais sensato seria livrar as empresas nacionais da carga tributária sufocante e incentivar as fábricas estrangeiras a investir na construção de unidades no país. Cada uma teria seu espaço, a concorrência voltaria a ser pelo produto de melhor qualidade e ainda teríamos milhares de novos empregos sendo criados. Inclusive já temos algumas montadoras estrangeiras que fizeram isso e se deram bem.

Mas, antes disso, o governo precisa abrir mão da sua ganância, da incansável vontade de esfolar o bolso dos brasileiros e parar de atender ao lobby de determinados setores que financiam as campanhas políticas. O dia em que isso acontecer, estaremos mesmo vivendo num país de futuro.

Em tempo: no dia seguinte à publicação deste artigo, saiu esta notícia confirmando o que eu disse acima. Veja: http://www1.folha.uol.com.br/mercado/977710-montadoras-nao-descartam-aumento-no-preco-de-carros-nacionais.shtml

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quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Mole que nem manteiga - Bebe a caminho, parte 3

Papai vai ter de fazer tudo o que eu mandar!

Eu nunca imaginei que a chegada de um filho fosse provocar tantas mudanças na minha vida. Sempre achei exagerado da parte de alguns pais essa coisa de “ah, você nunca mais vai ser o mesmo”, talvez por pensar que, tirando algumas mudanças no quarto de hóspedes para virar o da bebê, horas de sono a menos e aquele chorinho em casa, tudo continuaria da mesma forma. Mas me enganei.

Mariah nem chegou ainda e sinto que as mudanças são muito maiores do que eu imaginava. Mas não me refiro às mudanças físicas na casa ou as horas de sono que sei que vou perder nas madrugadas. Falo de uma mudança interior, nas minhas atitudes, em alguns conceitos e posturas.

Vou tentar ser mais claro. Desde que ficamos sabendo da gravidez da minha mulher, comecei a dirigir com mais calma, por exemplo, mais devagar e mais atento a tudo. Mesmo sozinho no carro, parece que adquiri um instinto maior de proteção a mim mesmo, talvez um receio de faltar à minha família por causa de qualquer acidente.

Também não consigo comprar nada mais, mesmo que seja um objeto pessoal, uma roupa, um novo carro, sem pensar na minha bebê. As vezes já a imagino me perguntando porque estou usando aquela camisa de estampa esquisita, ou questionando o tamanho e o modelo do relógio, ou ainda querendo saber porque nosso carro é tão grande. É... eu sei, tudo isso está meio longe ainda, mas minhas atitudes estão, praticamente, 100% voltadas para o que aquele serzinho vai pensar disso ou daquilo.

Comecei uma dieta só de pensar que ela vai virar pra mim um dia e vai dizer “Nossa papai, que barrigão é esse?” Mas preciso mesmo me cuidar, afinal quando ela estiver com 10 anos vou ter 57 e preciso ter força e fôlego para acompanhá-la. Quero evitar que, quando balbuciar as primeiras palavras, ela diga “vovô” em vez de papai.

Engraçado é que a chegada da Mariah tem me tornado uma pessoa mais tranquila, menos chata (bom, não é bem isso que a minha mulher acha...rs), mais paciente (ela também não acha isso) e mais centrada. A impressão que dá é de que nada mais importa, nada mais me incomoda e nada mais me afeta senão seu nascimento.

No restaurante prefiro não reclamar da comida fria e ruim. Na lavanderia, apesar da vontade, deixo pra lá o ímpeto de reclamar da roupa mal passada. Ao comprar um produto com um pequeno defeito mas que não interfere em seu funcionamento, prefiro deixar de lado a volta à loja para trocar. Enfim, parece que estou dando mais valor à filosofia que sempre tive: “prefiro ser feliz do que ter razão”.

Mas não pensem que estou virando uma mosca morta. Minhas convicções estão aqui dentro de mim, vivas e efervescentes prontas para serem colocadas em ação, mas somente quando extremamente necessário. Até isso acontecer, sou todo da minha bebê – com pausas apenas durante o trabalho, que também é importante. 

Mas, sem esquecer que em breve terá alguém mandando em mim mais que meu próprio chefe. Só que com ela, com certeza, não terei argumentos suficientes para vencer qualquer discussão. É... to ficando mole mesmo!

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sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Intolerância que mata


As vezes desconheço o mundo em que vivemos. Por mais que eu acompanhe, diariamente, as agruras da vida através de reportagens que produzimos, não me conformo com determinadas situações. Num dia um homem desce de um carro com um facão na mão, ameaçando o motorista de outro carro que o fechou. No outro dia, um jovem espanca a ex-namorada a chutes e ponta-pés pelo simples motivo dela ter terminado a relação. Aí vemos o frio assassinato de um pai com seu filho no colo, esfaqueado por um homem que se incomodou com o carro parado à frente da sua garagem.

E até o momento não estou falando de criminosos, bandidos acostumados a empunhar uma arma para se livrar de uma situação qualquer. Falo de cidadãos comuns, trabalhadores, pais de família que perdem o controle por motivos banais e acabam com a vida de terceiros e, consequentemente, com suas próprias vidas, de forma gratuita.

Numa escala menor de violência, me canso de ver motoristas impacientes que buzinam desesperadamente quando um carro morre à sua frente ou porque, distraído, o motorista adiante não viu o sinal abrir. Vejo outros se agitarem com gestos obscenos porque tomaram uma fechada. Vejo gente discutindo na fila do banco porque um cliente não deu lugar à gestante. Vejo pessoas que não cedem o assento no ônibus a uma idosa e gente que destrata a empregada na frente dos outros.

Enfim, estamos vivendo uma onda de intolerância que me assusta. Sinto que, cada vez mais, as pessoas estão impacientes, desequilibradas, instáveis, sujeitas a uma explosão a qualquer momento. Falta gentileza e educação. As vezes fico me perguntando o que tem provocado isso? A estafa do trabalho, o estresse do trânsito, a insatisfação profissional, a perda pessoal, a falta de dinheiro? Por tudo isso a gente sempre passa há séculos. Porque então estamos tão mais intolerantes?

Arrisco um palpite: a impunidade que impera em várias alçadas, da polícia à política, talvez seja o passe livre em que as pessoas se baseiam para praticar sua intolerância. É uma coisa mais ou menos assim: "se quem deveria estar atrás das grades não está, porque eu, cidadão comum tenho de me preocupar com minhas atitudes?"

Se é isso ou outra coisa, não sou expecialista para afirmar. O que sei é que precisamos estar sempre policiando nossos atos, agindo com tranquilidade controlando nossos impulsos. Afinal, você nunca sabe o grau de intolerância ou de loucura daquele que voce xinga no trânsito ou discute na fila do banco. E já que é impossível prever a reação dos outros, pense cem vezes antes de cometer uma atitude mais brusca. A experiência nos diz que, independente de quem provocou qualquer situação tensa, alguém vai levar a pior. E esse pode ser você. Então, "take it easy"! Sempre!

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segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Escatologias e atitudes


A gente sempre houve falar, a toda hora, que isso ou aquilo nesse país é uma MER... (excremento)! O serviço público é uma, nossa política é outra, a seleção brasileira está uma... enfim, a gente pode listar um monte de coisas que levariam, tranquilamente, essa alcunha. Mas não há nada literalmente pior e que se enquadra bem nisso do que a própria educação das pessoas. Por quê digo "literalmente"? Porque estou há horas, depois de uma caminhada matinal, raspando cocô de cachoro do meu tênis!

Tá bom, só to aproveitando a raiva de ter pisado no "resíduo não absorvido pela digestão, que o animal lança periodicamente para o exterior" (segundo o dicionário Michaelis, definição para "excremento") como pretexto para falar sobre esse comportamento execrável de fazer as coisas na rua. Mas não to falando do cachorro não! To falando dos donos deles, esses sim animais irracionais que não são capazes do simples ato de pegar um saquinho e tirar aqueles croquetinhos dali!

Meu bairro, Perdizes, é uma região onde imagina-se ou, ao menos, espera-se que haja um pouco mais de civilidade por ser um bairro nobre de São Paulo. Mas a trilha de fezes na calçada que se observa numa simples volta no quarteirão é de estarrecer qualquer escatologista. Pelo tamanho, observo que são de Chiuáuas a Dog-Alemães. E multicoloridos. Ah, você está se perguntando porque sei tantos detalhes assim? Explico: não sou estudioso, mas evito, na medida do possível, pisar neles. Por isso presto atenção!

E são de bichos levados por babás, por senhorinhas, pelo maridão que acordou mais cedo, pela madame que está apressada para ir ao shopping. Enfim, é imensa a variedade de animais-humanos, incapazes de levar um saquinho de supermercado no bolso pra pegar aquilo que seu animal de estimação deixou ali. E ainda, dia desses, uma senhora foi capaz de dizer: "Ah, vai chover ja já. A chuva leva!" Tomara que tenha levado para a porta da casa dela!

Eu não sei se é insolência, ingenuidade ou falta de educação mesmo. Mas a vontade que me dá é de ter uma varinha do Harry Potter pra fazer aquela coisa flutuar e voltar direto para o local de onde ela saiu. Não, melhor... fazer ela aparecer no prato do dono do cão que fez aquilo ali. Outro dia não aguentei: caminhando com as minhas cachorras, vi uma mulher abrindo o portão de casa, sair com o poodle que fez um "charutão" na calçada do vizinho, e voltar tranquilamente pra dentro sem ter catado o troço. Não pensei duas vezes. Esperei ela entrar, peguei o "cata-cacas" que estava no bolso e devolvi aqueles resíduos caninos para a garagem da velha senhora, tento o cuidado de usar força suficiente para que ele batesse na parede e escorresse para o chão. Ela pode estar pensando até agora como aquilo "voltou" pra lá, mas pelo menos tive meu dia de Harry Potter, e sem varinha!

Pra finalizar: essa história pode até ser escatológica demais, mas se você prestar atenção, tem mais a ver com cultura, civilidade e educação do que propriamente com asseio. E são essas coisas que faltam na maioria das pessoas, independente de sexo, raça ou condição social. Será que sou politicamente-correto demais ou essas pessoas é que são irresponsavelmente-ignorantes demais? Podemos dizer que cada um escreve sua história com o que deixa para trás!

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quarta-feira, 27 de julho de 2011

Enjôos e desejos - Bebê a caminho, parte 3

É, o homem também engravida!

Sempre debochava de quem dizia que o pai engorda, enjoa e sente desejos junto com a mulher, gestante. "Ah, isso é conversa de quem não tem o que fazer, não há sentido para esse tipo de reação!", dizia eu como se fosse o mais expert dos homens na face da terra. Desculpem a expressão, mas... Ô CACETE!

Putz, nunca senti tanto desejo de comer ou beber algo em toda a minha vida. Um exemplo: outro dia estava eu devorando uma jarra de leite puro e frio, em pé, defronte a geladeira. Mais parecia um neandertal faminto que tinha acabado de abater um tiranossauro-rex. Aí você pensa "mas o que isso tem de anormal?" Não fosse o fato de ODIAR LEITE PURO, ainda mais gelado, nada de anormal! O pior é que antes de atacar a geladeira, senti a boca salivar por causa desse líquido branco e com gosto de tinta a cal que muita gente toma. Só me dei conta do absurdo quando vi minha mulher me olhando como se mirasse um filhote de leão lambendo o pires.

Tá, podem dar risada, mas passei a acreditar nessa transmissão de sentidos de uma mulher grávida para o marido. Só não me pergunte porque isso acontece. No começo da gestação da Débora, ela sofreu um pouco com os enjôos. E eu já sabia que isso iria acontecer porque ela, antes de engravidar, já enjoava só de andar de elevador. E não é que eu também tinha isso? Era comer um pãozinho de queijo, uma azeitona, uma bolachinha sequer, lá vinha aquela sensação de água de esgoto entalada entre o estômago e a laringe. Só faltava correr pro banheiro pra "chamar o Hugo". E dá-lhe a Débora dizendo "Viu, eu te disse, eu avisei, eu sabia!" Sabichona!

Voltando a falar dos desejos, sentado em frente a TV assistindo um DVD qualquer, de repente eu dou "pause", olho pra cara da minha mulher e pergunto freneticamente:
- Amor, tem NESTON em casa?
Preciso dizer que ela disparou uma gargalhada destampada que chegou a acordar os vizinhos?

Pois é! Hoje não duvido de mais nada! Se eu não tenho um pouquinho mais de força de vontade, estaria disputando espaço no espelho com ela pra saber qual barriga está maior. Por sorte, os desejos também não passaram além de coisas que a gente encontra na esquina de casa... AINDA! Mas não vou estranhar se, qualquer dia desses, eu abandonar o trabalho para procurar trufas da malásia frescas para comer. Ou amora nativa da indonésia. Quando pequeno adorava comer sanduíche de maionese com geléia de morango, feijão com arroz doce... agora, temo pelo pior se os meus desejos aumentarem. Enquanto isso minha gestante sente vontade de tomar água, comer churros, comida japonesa, uva e frutas que estão sempre a mão. Inveja dela!

Meu maior receio é, se essa gravidez continuar me influenciando assim, eu começar a andar com as pernas abertas que nem pata-choca, com uma mão nas costas e a outra segurando a barriga. Se isso acontecer corro pro médico! O problema será se meu obstetra não tiver horário pra me atender!

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sábado, 16 de julho de 2011

Dos carrões aos carrinhos - Bebê a caminho, parte 2!

ou 

Sábadão!! Acordei hoje e pensei: "bom vamos levar o carro pra lavar, depois visitar uma concessionária, uma loja de relógios, comprar umas revistas, uns DVDs e depois fejuca!". Como se estivesse lendo meu pensamento a patroa disse: "NANA NINA NÃO!! TEM TRÊS LOJAS DE BEBÊS PRA GENTE IR!!

É... aos poucos vou percebendo que minha vida está mudando e vai mudar ainda mais por causa do rebento que vem por aí. E quer saber? Eu to adorando tudo isso! Hoje passo reto pelas vitrines de carros esportivos e relógios mas não deixo de dar uma paradinha para ver aquele vestidinho branco bordado com uma borboletinha lilás ou a última babá eletrônica com vídeo e sensor de movimento que acabou de chegar na loja. Sinto que daqui pra frente, pelos próximos 10 anos, minha rotina será essa: lojas de bebês, depois lojas infantis, depois lojas para pré-adolescentes. Isso sem pensar nas lojas para adolescentes que vem depois.

Uma seguidora no Facebook me disse outro dia: "Se prepara para o novo acessório que vai usar pelos próximos 2 anos: uma bolsa rosa! É isso que você vai carregar pra todo o lado enquanto a mamãe empurra o carrinho! Fiquei imaginando que ela está repleta de razão! Mas a bolsa será lilás, e não rosa!

Me lembro da época de solteiro, quando eu via alguma gata com um bebê no colo corria lá pra puxar papo. Interessado na gata, claro. Hoje imagino a situação inversa - alguém chegando pra perguntar sobre a loirinha de olhos azuis que está no meu colo. Interessada nela, claro!

É, a vida muda. De acordo com nossa evolução espiritual, financeira, pessoal e profissional, vamos nos focando em coisas diferentes com o passar do tempo. Antes eu vibrava ao sonhar com aquele Mustang parado na frente da loja. Outro dia eu vibrei, gravei um vídeo e mandei pra esposa, de uma cadeirinha de bebê que, ligada na tomada, faz seis movimentos diferentes, toca seis tipos de música, balança, chacoalha, rodopia e saltita para que ele possa dormir. INCRÍVEL! Nem os 470 cavalos do Mustang chegam aos pés disso!

Antes eu achava um absurdo pagar 80 reais para duas pessoas numa feijoada. Hoje gastei 450 pilas em cueiros, meinhas e mijões e ainda perguntei pra minha mulher se "é só isso que você vai levar?". Aquela velha máxima que diz que uma mulher pode levar um homem à falência ainda continua valendo. No meu caso, duas mulheres! Uma grávida e outra com 17 centímetros que nem veio ao mundo ainda!

Mas confesso, depois de tudo isso - das compras - sentado à mesa de um bar, desfrutando da feijoada, chorei de felicidade por poder proporcionar isso à minha mulher e à minha filha que vem por aí. E não me importam mais os carrões. Meu negócio agora são os carrinhos! De preferência, os que dobram modelo guarda-chuvas, já vem com moisés e cadeirinha veicular. Mas desde que tenham suporte para mamadeiras e chocalhos! Uau!!

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domingo, 10 de julho de 2011

O valor do que é simples


Sou um cara de atitudes simples que, ao longo da vida, aprendeu que ostentações só nos fazem ter mais trabalho. É simples de explicar: depois de perder tudo que construí em 20 anos de trabalho, ao recomeçar a conquistar tudo de novo, tenho deixando de lado os supérfluos que só me davam estatus ao invés de prazer. Muita gente imagina que, ao tirar férias, como fiz agora, eu tenha passado dias maravilhosos numa pousada de esqui em Bariloche ou desfrutado de uma confortável estada num país europeu qualquer, badalado por brasileiros. Não que não quisesse isso. Quem não gostaria? Mas, não! Mesmo que tenha condições para isso hoje, graças a Deus, optei por uma temporada bem mais simples. E por um motivo bastante pessoal: por ter aprendido a sentir prazer em pequenas coisas como momentos agradáveis ao lado de amigos, caminhadas matinais numa praia vazia e cozinhar junto com minha mulher no cantinho que adquirimos para passar nossas horas de folga.

Foi em vários desses momentos que percebi o quanto se pode ser feliz sem estar cercado de ostentações que, como eu disse acima, nos dão trabalho. Ver minhas cachorras correndo pela praia, por exemplo, como se estivessem sorrindo por estarem ali, não tem preço. Poder caminhar de mãos dadas com a minha mulher e apreciar aquela barriga de 4 meses que brilhava à luz do sol de inverno, também foi algo por demais gratificante. Sentar na varanda do apartamento pra ler uma revista, saborear um churrasco feito ali, na hora, ou dar uma volta pelo gramado do condomínio me deram a sensação de completude.

Houve época em que eu buscava prazer numa casa luxuosa, ou num carro zero novinho. Acreditava que ter uma lancha iria me fazer feliz. Pensava que se me cercasse de objetos que o dinheiro me permitia ter, como uma bela moto, ou viagens constantes ao exterior, viveria satisfeito. Mas ao perder tudo de repente, vi que não faziam tanta falta assim. Fizeram mais aos "amigos" que se afastaram quando tudo se foi.

Minhas férias me fizeram refletir sobre isso, mais uma vez. Não há dinheiro ou estatus no mundo que pague a PAZ! A de caminhar numa praia vazia, de ver as cachorras correndo por ela, de ver o ventre da mulher que traz mais um filho, de ter amigos que não se importam com o ano do seu carro, de sentir o sol de inverno na pele e iluminar cenários como esse da foto abaixo. Para sermos felizes precisamos muito menos do que, as vezes, desejamos. Basta aprender a como desfrutar do que temos.

Praia da Cachoeira do Bom Jesus, Florianópolis.


Recebi esse video pelo Tweeter e achei que tem a ver com o artigo. Vale a pena curtir.

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segunda-feira, 13 de junho de 2011

Vou ser pai. AI MEU DEUS!!


A ficha está começando a cair na mesma proporção em que a barriga cresce. E ainda bem que não é a minha. É... vou ser pai! De novo. Mas desta vez, de fato, não só de direito. Fui de direito a partir de 1991 quando tive o prazer de criar duas filhas no meu primeiro casamento. E elas são minhas grandes paixões até hoje. E jamais vou abrir mão de ser o "pai" delas. Assim como elas não abrem mão de serem minhas filhas. Mas elas já estavam grandinhas - Thaysse e Thassyane tinham 5 e 3 anos, respectivamente. Pegava no colo, colocava na cama, ouvia choradeira, dava bronca... mas não trocava fraldas nem dava mamadeira. Elas já tinham passado dessa fase fazia tempo. Agora não! Isso se tornará real.

Conversando com um amigo ele me disse: "Cara, você vai ver a barriga dela crescer, vai sentir os chutes, vai assistir aos ultrassons... mas tua ficha só vai cair mesmo quando você estiver na maternidade e segurar nos braços aquela coisinha enrrugada e roxa. Aí sim vai sentir que virou pai!". E acho que isso é mesmo verdade. Tenho curtido demais a barriga crescendo, os ultrassons onde o "feijãozinho" dança, o som do coraçãozinho batendo. Mas ainda parece que aquilo tudo ali não é meu. E não vejo a hora de ver que É MESMO!!

As vezes me sinto um perfeito babão, conversando com a barriga da minha mulher, usando o umbigo como megafone. E o pior: como ainda não sabemos o sexo, fica aquela coisa de "Oi meu bebê, minha bebê. Você tá quentinho, quentinha aí dentro? Essa menininha, menininho tá dando trabalho pra mamãe". Minhas frases tem quase o dobro do tamanho pra incluir os dois gêneros. Quando levanto a cabeça vejo as minhas duas cachorrinhas me olhando de forma estranha como quem quisesse dizer uma pra outra: "Coitado, tá maluco esse cara!".

Na verdade, estou curtindo uma fase que nunca passei na minha vida, aos 46 anos de idade. Chego na banca e ao invés das revistas de carro, levo edições de "decoração de quartos de bebê", "pai de primeira viagem", "como trocar fraldas" e "limpando o vômito do banco do carro". Meu "Favoritos" no laptop está inundado de sites de saúde na gestação, exercícios para grávidas e tudo sobre enjôos. Isso porque ainda não começamos os cursos que vão nos ensinar a esquentar mamadeira, trocar fralda, dar banho e fazer ele parar de berrar. Só tenho um receio: espero que eu aprenda tudo isso até dezembro!

O mais engraçado é que também estou sentindo desejos solidariamente. Outro dia me salivou a boca só de pensar em Neston com leite. Caraca! Acho que não como isso desde os 8 anos de idade. Neston ainda existe? Alguém me arruma umas 10 latas?

E o sono dela então? Ela chega em casa da rua, senta no sofá e Zzzzzzzzzz...! Entra no carro e Zzzzzzz...! Espera na recepção do médico e Zzzzzzzz...! Não vou estranhar se alguém me ligar so supermercado qualquer dia desses e ouvir "Senhor, me desculpa mas esse era o primeiro número da agenda do telefone dela. O senhor pode vir buscar sua mulher? Ela está deitada sobre a banca de bacalhau!"

Outro dia estranhei uma postagem dela no Facebook. Era uma coisa assim: "Hoje passei o dia com enjoossssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssss
ssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssss
ssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssss.... Descobri que ela cochilou escrevendo o texto.

Agora, por favor, me ajudem. Alguém aí conhece uma "comadre" portátil? Dessas que dá pra levar na bolsa e usar com o carro em movimento. Caramba, como pode sair tanto xixi de uma pessoa só? Mesmo que ela esteja fazendo por dois, impossível alguém produzir tudo aquilo! Dá pra encher os piscinões da Zona Leste! A gente tranca a porta e chama o elevador. Quando ele chega, ela abre a porta de novo e corre pro banheiro. Isso depois de 3 minutos de ter saído de lá. Quando chegamos à garagem, vai ao banheiro de novo. Se o semáforo demorar mais que 40 segundo, vou ter de achar um banheiro público. No restaurante ela passa mais tempo fazendo xixi que desgustando o camarão. E olha que nem tá bebendo cerveja, senão... Tá pior que a Telesena, que é só de hora-em-hora.

Bom, brincadeiras a parte, estamos vivendo o melhor momento de nossas vidas. Até ele/ela vir ao mundo. Depois, serão melhores ainda. Cocô demais? Vômito demais? Fraldas pra trocar demais? Choro demais? Não importa, esse é preço que se paga por um presente como esse. E, tenho certeza, vou curtir cada acordada de madrugada pra tentar amenizar aquela trombeta. Nem vou me incomodar com as pouqíssimas horas de sono.... Ai meu Deus! Será?  

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segunda-feira, 23 de maio de 2011

COMPRA OU RAIVA COLETIVA?


Nunca comprei nada deles. Talvez porque sempre tenho a sensação de estar levando gato por lebre. E depois de ler alguns comentários em sites de reclamação (como o Reclame Aqui, por exemplo), fiquei com a pulga atrás da orelha. Com uma só não, com um cachorro pulguento atrás da orelha!

E posso justificar. Outro dia estava eu com minha digníssima esposa num caro restaurante dos Jardins (caro mas com uma comida honestamente maravilhosa). Pedi um belo "Bife de Chourizo", uma das especialidades da casa. É pra duas pessoas, mas serve três muito bem. Enquanto esperava pelo prato chegou um pai com dois filhos adolescentes. Pelo jeito ambos os filhos tinham comprado uma promoção tipo Peixe Urbano e quiseram levar o pai pra almoçar fora. Sentaram na mesa bem ao meu lado. Quando eles anunciaram que tinham vouchers de compra coletiva percebi o maitre torcendo o nariz. Ele anotou o pedido e disse para o garçom, sussurrando, quase ao pé do ouvido: "Vai um peixe urbano ali!". Pensei comigo, precisava rotular?

Percebi que sim, depois, quando vi o prato deles. O meu suculento bife de chourizo, pra eles não passou de um bifinho dismilinguido que mal dava pra uma pessoa comer! E era o mesmo pedido!! Entendi porque o "vai um peixe urbano ali!".

Lendo reclamações sobre sites de compras coletivas no Reclame Aqui vi outro caso interessante que reproduzo abaixo como foi publicado:

"NAO GOSTEI DESTAS COMPRAS COLETIVAS, POIS O SALAO QUE SEMPRE VOU COMEÇOU A PARTICIPAR E MUDOU A ATENDENTE. ELA NAO ME CONHECIA E AO CHEGAR ME PERGUNTOU ASSIM: "VC E DO CUPOM?" MAS ASSIM, VEIO GROSSA! EU DISSE NAO! ELA CHEGOU ME DEU UM BEIJINHO E PASSOU A SER SUPER ATENCIOSA. SENTEI NA CADEIRA, A CABELEREIRA FALOU: "OLHA ELA E UMA CLIENTE ESPECIAL, É OUTRO PRODUTO. PEGA AQUELE". IMAGINA O QUE ELES COLOCAM EM QUEM NAO E ESPECIAL? NUNCA COMPRAREI SERVIÇOS ASSIM MAIS. FIQUEI COM MEDO PELO QUE VI" .


E há centenas de outras reclamações do tipo. Aí fico pensando: o quanto esse "barato" não sai caro? Já fiquei tentado, várias vezes, a comprar ingressos de shows e peças de teatro mas tenho medo de me colocarem pra sentar num tambor de plástico atrás da última fila, embaixo do ar-condicionado pingando, ao lado da porta do banheiro quebrada!

Uma amiga estava super feliz porque tinha comprado cupons de uma "escova progressiva + hidratação + lavagem com shampoo importado da indonésia", pagando apenas 19 reais! Correu pro salão porque tinha uma festa de casamento dois dias depois. Pensa se ela conseguiu marcar a sessão. O casal já está comemorando 6 meses de casório e nada de horário pra fazer a tal da escova.
 
Pense bem na hora de fazer sua compra coletiva. A raiva também pode ser em grupo!

Em tempo, antes que os sites de compras coletivas de revoltem contra mim: as reclamações são contra as empresas que oferecem os descontos, ok? Não contra os sites.

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segunda-feira, 25 de abril de 2011

Basta um simples gesto!

A vida é um eterno aprendizado. Coitado daquele que acha que sabe de tudo, por mais que tenha rodado por ai, conhecido pessoas e lugares, sofrido dores ou vivido amores. Não é bem assim. Se aprende muito com isso, claro. Mas a escola da vida é incansável no seu ensinamento.

Eu por exemplo, tenho 46 anos bem vividos. Morei em várias cidades, minha família simples ficou rica e empobreceu antes de eu crescer, perdi pessoas queridas, conheci outras fantásticas, caí, levantei, caí de novo, levantei de novo. Enfim, vivi experiencias que muitas pessoas mais velhas não viveram. Mesmo assim, me acho imaturo no quesito sabedoria.

Muitas vezes me cobram domínio sobre um determinado assunto: "poxa, você é jornalista, tinha de saber!". E quem falou que jornalistas tem de saber de tudo? Claro, somos pessoas informadas, talvez mais pelo exercicio da profissão do que pela própria curiosidade. Mas somos humanos e não adivinhos. As vezes passo batido por questões que estão tilintando na tela da TV ou nos sites noticiosos. Isso porque me debruço com afinco no assunto do qual estou tratando em alguma matéria e isso, as vezes, me desvia a atenção de outros temas.

Mas não é bem desse tipo de aprendizado do qual estou querendo falar. Não falo do aprenzidado dos livros, das notícias, da escola. Falo do aprendizado da vida, daquilo que nos ensina a ser mais humanos, a ser pessoas melhores, a errar menos com os outros, mesmo que estes erros façam parte da nossa "humanidade". E todos os dias acordo pensando em como aprender mais. Não descobri a formula perfeita para isso, mas descobri que é fácil e simples: basta observar a vida que nos rodeia.

Vou dar um exemplo. Sempre quando eu chegava na TV pela manhã, bem cedinho, e cruzava com as pessoas, eu dava bom dia a todos. Percebi que muitas pessoas nem olhavam na minha cara e nem respondiam, baixavam a cabeça quando cruzavam por mim ou com qualquer outra pessoa. Por achar isso estranho demais, pensei comigo: "só vou dar bom dia a quem me olhar nos olhos e sorrir também". Passei a fazer isso. Caminhando pelos corredores eu fitava as pessoas em busca de um olhar solidário. Aqueles que passavam reto, quase esbarrando na gente, sem expressar qualquer reação amigável, deixava de ganhar o meu bom dia. Ah, vá se foder! Eu aqui na maior educação gastando saliva com gente "recalcada"? Pensava eu.

De repente, aprendi que não era esse o melhor caminho. Mas ninguem me ensinou. Eu simplesmente resolvi fazer um teste: passei a dar bom dia mesmo à aqueles carrancudos que pareciam estar de mal da vida. No começo era unilateral, algumas pessoas continuavam carrancudas e com cara de poucos amigos. Com o tempo, o meu insistente "bom-dia" foi quebrando esse gelo. Hoje, não são todas, mas algumas pessoas que antes passavam reto, hoje me sorriem e retribuem.

É desse aprendizado que estou falando, o de experimentar algo novo com a intenção de nos tornarmos melhor, de fazer nosso dia e o das outras pessoas melhor, de nos deixar com a sensação, ao final, de missão cumprida. Pelo menos naquele dia. É explêndida a sensação de êxito num simples ato que mudou algo. Tenho certeza de que essas pessoas que antes não me cumprimentavam, hoje passaram até a cumprimentar outros com os quais também cruzavam sem ser gentis.

Mas não são apenas "bons-dias" que podem nos trazer esse aprendizado tão valoroso em nossas vidas. Catar do chão um papel de bala que não foi você quem jogou; ajudar uma velhinha a carregar compras; dar lugar na fila do supermercado a alguém que comprou apenas uma latinha de refrigerante; pedir licença, desculpa e agradecer sempre com um simples "obrigado", também pode ter um efeito surpreendente na vida de cada um. E se multiplicarmos exponencialmente esses atos, podemos ter uma convivência muito melhor com os que nos cercam.

Buzinar apressado para o carro da frente não vai fazer você chegar mais rápido. Nem xingar com mil palavrões aquele motorista que te fechou vai te deixar mais calmo. Lembre-se que gentileza gera gentileza. Da mesma forma que agressão gera agressão. Veja o vídeo abaixo até o final e você entenderá a sensação de ter feito algo de bom, algo útil, algo nobre. Por mais que seja apenas colocar uma simples garrafa plástica no lixo.

Fique em paz!

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segunda-feira, 11 de abril de 2011

Mãos ao alto cidadão! Isso é um plebiscito!


Eu não queria tocar nesse assunto do massacre na escola do Rio de Janeiro, pois sei da exploração à exaustão do assunto. Mas é inevitável. Não posso me calar diante de uma situação que isso gerou. E mais uma vez, vemos uma tentativa pífia do governo tentar resolver um problema pelo lado errado.

Logo que aquele maluco assassinou friamente doze crianças, algumas vozes políticas - as mesmas que sempre se revestem de oportunismo e se aproveitam de uma situação calamitosa para aparecer – se lançaram numa campanha (mais uma) contra a venda e a posse de armas. Isso me fez lembrar aquele plebiscito de dois mil e cinco que foi do nada pra lugar nenhum consumindo alguns milhões de dinheiro público e que fez o governo enfiar o rabo entre as pernas.

Agora, o fato de um rapaz ter usado dois revólveres clandestinos para matar aquelas crianças ressucitou a questão como se os assaltos, os homicídios, os latrocínios que acontecem diariamente na nossa cidade não tivessem a mínima relevância. Campanhas de desarmamento, plebiscito sobre venda e porte de armas, tudo isso é besteira, puro engôdo pra fazer o governo gastar dinheiro à toa.

Todos nós sabemos que as armas que matam por aí não estão nas mãos de cidadãos que querem apenas se proteger dessa violência - que o poder público não tem a mínima competência pra combater. Estão nas mãos, sim, de bandidos, assassinos, latrocidas, lunáticos como o da escola do Rio, enfim, marginais de toda a espécie que estão se lixando pra campanhas de desarmamento ou plebiscitos. Aliás, pra eles, tudo isso é vantajoso pois, quanto mais armas legais tirarem das ruas, mais aumenta o poder de fogo deles e mais diminuem as nossas defesas. Ou você acha que os bandidos irian entregar seu arsenal em troca de alguma cesta básica ou incentivo fiscal?

Sou contra armas. Não tenho e nem teria qualquer uma delas em casa. Mas essa história de retomar uma campanha ou o plebiscito para decidir a respeito da posse de armas por civis é pura utopia. É o que o governo sempre faz: em vez de combater com mais eficácia a criminalidade e a violência, prefere fazer uma votação sobre o que deve ou não fazer. Vai passar vergonha tal qual a em 2005 quando a maioria dos votantes (64%) optou por não proibir o comércio de armas.

E as campanhas de desarmamento, que resultado obtiveram? Pífio, diante dos números da crescente violência no país. Claro, muitas das armas que os cidadãos de bem entregaram expontaneamente, acabaram indo parar nas mãos de bandidos que roubaram depósitos da polícia ou pelas próprias mãos de muitos policiais corruptos que trabalham como fornecedores das quadrilhas.

Querer proibir a comercialização de armas no país para resolver o problema da criminalidade é chover no molhado. É como querer proibir motocicletas andarem com garupa porque aumentou o número de assaltos praticados por dois caras numa moto. Ou criar uma lei para proibir as pessoas de andar na rua depois das 22 horas porque aumentou a violência após esse horário.

Infelizmente, no Brasil, tem-se a mania de querer acabar com os efeitos e não com a causa. É só combater a venda ilegal de armas, o contrabando, invadir morros e favelas atrás de traficantes, que vai se ver menos violência nas ruas. Agora, proibir um cidadão de comprar um revólver registrado, com posse e cadastrado na secretaria de segurança pública não vai evitar que um bandido qualquer lhe dê um tiro na cabeça com o “22” que ele trocou por um punhado de pó em algum canto da cidade.

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terça-feira, 29 de março de 2011

A diferença entre o início e o fim da vida



Sentado no café um shopping em São Paulo, vejo uma cena que me toca e me faz crer ainda mais que nossas vidas começam e terminam da mesma maneira. Pelo menos, devia ser assim. De onde estou observo o vai e vem de pessoas e vejo à minha frente duas situações que, coincidentemente, aconteciam na mesma hora. De um lado uma mãe empurrando um carrinho de bebê. Não deu pra ver direito mas, provavelmente, recém-nascido. Na mesma velocidade, quase que andando paralelamente mas do outro lado do corredor, uma jovem empurrando a cadeira de rodas de uma idosa, bem velhinha, na casa dos seus mais de noventa anos, com certeza.

Aquela cena me fez refletir, de maneira séria, sobre uma piadinha que sempre ouvi. Ela diz o seguinte: nós morremos tal qual como nascemos - carecas, cagões, babando e apenas balbuciando sons. Sempre achei graça da piada mas aquela cena me fez perceber o quanto ela é imbecil e preconceituosa. Na verdade, enxerguei ali, naqueles dois seres humanos sendo empurrados em seus carrinhos/cadeiras, uma semelhança que tem mais sentimento do que graça. Há apenas uma diferença: a indiferença!

Explico: os bebês nascem e precisam de cuidados essenciais nos seus primeiros anos de vida. Como não falam seus choros e esperneios precisam ser interpretados, traduzidos, compreendidos e respondidos de imediato. Os bebês precisam ser alimentados por terceiros, recebem banho, carinho, atenção, conforto, cuidados com sua saúde. Quando se envelhece, esses mesmos gestos que deveriam também ser essenciais aos idosos, são simplesmente desprezados. Muitas vezes não se consegue envelhecer com saúde e boa parte dos idosos precisam de atenção, banho, alimentação por terceiros, carinho e conforto. Mas na maioria dos casos, não é isso que vemos. O que vemos é descaso, desrespeito, descuido, desatenção... tudo que decorre da tal indiferença da qual falei acima. E, muito diferente da piadinha de mal gosto, a situação não tem graça nenhuma.

O Brasil, por causa da melhor da qualidade de vida das pessoas, está se tornando um país de idosos. As pessoas estão vivendo mais tempo. E me preocupa saber que essa população - os idosos - são os que menos recebem atenção de todos - do governo aos familiares. Poder estacionar em vaga especial, andar de ônibus sem pagar, poder cortar a fila e ter prioridade em caixas de banco e supermercados, são apenas obrigatoriedades que são estendidas aos mais velhos. O que realmente importa, eles não tem. Cade o atendimento de saúde com qualidade? Cadê a aposentadoria digna pelo tempo que essas pessoas trabalharam? Cade a gentileza, a ajuda, a solidariedade e a educação com esses que tem, só de sabedoria, o tempo que temos de vida? Isso falta, e muito!

Se somos tão iguais ao nascermos e morrermos, será que merecemos o desprezo ao cumprir uma missão tão difícil e complexa que é completar a vida? Se valorizarmos mais os idosos, a graça não estará mais na piada contada no início deste artigo e sim na compreensão de que, ao chegar ao fim da vida, precisaremos da mesma atenção de quando chegamos a ela.

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quarta-feira, 23 de março de 2011

Vida sofrida nas ruas de Sampa

Meu dono é um cara bacana. Me dá banho a cada semana, mesmo que eu não esteja coberto de poeira ou lama de alguma rua esburacada. Estou sempre perfumado por dentro e ai de quem se atreva a colocar os pés em mim em partes que não deveriam. E sei que isso acontece com frequência com gente que não tem o mínimo de respeito por nós.

Outro dia mesmo, ouvi no meu sistema de som, um jornalista babaca dizendo que colocou o pé no console de um taxi e o taxista, gentilmente, pediu que ele o tirasse. E não é que o passageiro achou aquilo um absurdo? Disse que carro é pra isso mesmo, pra ser gasto, usado, abusado porque é um bem material e, por isso, estragou troca-se por outro. Peraí, não é bem assim não! Problema desse babaca se ele não tem o mínimo de consideração por nós carros. Afinal se não fosse pela gente, esse povinho que nos despreza não chegaria a lugar nenhum. Sejamos nós grandes, pequenos, simples ou luxuosos, sempre carregamos vocês pra onde quer que seja, oras!

Falando em desprezo, outra que não dá a mínima pra nossa integridade é a prefeitura de São Paulo. Nossa, diariamente canso de enfiar os pezinhos num buracão qualquer. E como dói essa porrada, viu! Olha que meu dono é super atencioso e desvia da maioria dos buracos que consegue. Mas é tanta cratera que, às vezes, fica difícil escapar de alguma. É uma vergonha ver uma cidade que tem tanto serviço eficiente, com as ruas num estado tão lastimável quanto esse. Buracos, calombos, sujeira... tem de tudo por onde a gente passa. Dá até nojo de sair da garagem.

Mas sabe o que eu mais odeio nas ruas de São Paulo? Motoristas mal-educados! Tem gente que vira monstro quando assume o volante da gente. É um tal de te dar um “chega pra lá”, um “sai da frente” que vou te contar viu. E a gritaria de buzinas nas minhas janelas? Pô, precisa esse berreiro todo? O sinal mal abriu, o carinha de trás enfia a mão na buzina. Você dá uma mudadinha de faixa, mesmo dando seta, lá vem outra buzinada. Se fechar sem querer então, é berreiro longo! Outro dia mesmo meu dono estava seguindo por uma rua quando, sem mais nem menos uma madame desvairada lhe cortou a frente para entrar à esquerda.

Meu dono quase bateu! E não é que a vaca (desculpe!) ainda meteu a mão na buzina e xingou, como se estivesse certa? Não deu pra acreditar!

É, andar pelas ruas de São Paulo, é uma missão quase impossível. Mas ainda bem que meu dono cuida bem de mim. Senão eu já teria ido prum ferro velho faz tempo. Tudo bem que ele me troca de vez em quando, mas faz parte da vida. Só espero que na próxima troca meu dono não seja um animal no trânsito como muitos por aí!

Assinado, o atual carro deste blogueiro.

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quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

A METADE QUE VALE O INTEIRO

Vai aí uma pizza meia-roubo, meia-assalto?

Não se pode queixar de muitas coisas do Brasil. Nosso clima é maravilhoso, não temos terremotos, maremotos, tornados, vulcões. Temos alguns desastres sim, mas eles acontecem mais na nossa política do que na natureza. Uma pena é que quando acontecem só na natureza, algumas pessoas morrem. Mas, deixando de lado essa parte vergonhosa do país, vamos ao que realmente merece reclamação.

Costumo sempre sair para almoçar, lanchar ou jantar e reparei numa coisa, no mínimo, ultrajante. Aliás, essa questão, por pura coincidência, foi debatida esses dias num programa de notícias numa FM paulistana. Me refiro aos preços nos cardápios. Alguns restaurantes e lanchonete nos dão a opção de meia porção. Aí você ve ali, no cardápio: Filé a Romana (por exemplo), R$ 35,00. Meia porção do mesmo prato, R$ 32,50. Aí o que você pensa? Poxa, se a diferença é apenas R$ 2,50, vou pedir a maior. Essa é uma malandragem que os estabelecimentos fazem com a gente. Não seria mais justo, honesto, cobrar metade do valor? Vamos ser mais corretos ainda: seria de bom tamanho cobrarem 60% do valor na meia porção. Não acham?

Seria, mas não é isso que acontece. Infelizmente, a impresão que dá é de que os donos dos restaurantes estão rindo da nossa cara e dizendo "Come aí, seu trouxa, vou lucrar de qualquer jeito em cima de você". Vejo isso acontecer muito também com garrafas de vinho. A normal, com 700 ml, custa 60 reais. A meia-garrafa, com 350 ml, 45 reais. E o pior... a taça não sai por menos que 18 reais. Se uma garrafa normal abastece, em média, 4 a 5 taças, o preço do vinho acaba custando o olho da cara.

Eu acabei adotando uma postura: quando vejo esse tipo de abuso nos lugares que vou, não volto mais. E ainda digo aos amigos que o lugar é um roubo. Não posso ser conivente com esse tipo de malandragem, por melhor que o atendimento e a comida sejam. Prefiro que eles sejam honestos - melhor eliminar a meia-porção do cardápio. Pelo menos nos sentiríamos menos trouxas.

Em pizzaria acontece uma coisa pior. Quando você pede meia isso e meia aquilo, acaba pagando o preço da pizza mais cara. Se você, por exemplo, pede meia mussarela (que é baratinha), meia shitake (mais cara), vai pagar o preço de uma pizza de shitake inteira. Se no meio da comilança, resolve pedir outra igual, vai pagar por uma pizza de mussarela inteira, o mesmo preço de uma de shitake. É mais uma demostração do deboche com que somos tratados por muitos donos de restaurante.

Aí me pergunto? Ninguém fiscaliza isso? Não há lei que proiba essa prática? Infelizmente não para as duas perguntas. O que nos resta fazer é evitar lugares assim logo que vemos isso no cardápio. O brasileiro precisa deixar de ser trouxa, coisa em que somos experts.

Dias atrás fiz uma reportagem mostrando que os serviços informais tipo cabeleireiro, lavanderia, pedreiro, encanador, pintor de paredes, mecânico, clínica de estética, etc... tiveram seus preços reajustados acima da inflação. Em alguns absurdos, o aumento no valor chegou a 40%. E olha que a inflação oficial, em doze meses, não passou de 6,20%. Então qual seria a explicação? Concretamente, nenhuma. Uns dizem que os produtos aumentaram, a matéria-prima aumentou, o passe de ônibus aumentou, etc. Sempre desculpas variadas. Mas na verdade, se esconde aí um receio que os anos e anos de política errada neste país encutiram na cabeça das pessoas. Ou seja: "vou aumentar um pouquinho mais aqui e ali porque, vai que a coisa aperta, né?". Em resumo, medo da velha e pavorosa inflação que, há muito tempo, deixou de assombrar nossa economia como assombrava nos anos noventa.

Pois é, nós réles consumidores e contribuintes, sempre vamos pagar o pato pela malandragem dos outros. Sejam esses outros comerciantes, empresários ou prestadores de serviços. Ah, os políticos? Esses nos roubam há tanto tempo que vamos sentir falta quando ele pararem (o que jamais vai acontecer)!

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quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Que língua é essa??


 
Está cada vez mais difícil conversar com os jovens de hoje. O problema não são as incompreensões da vida e daquilo que tentamos lhes ensinar, mas sim a linguagem, que mudou muito de alguns anos pra cá. Sem contar na dificuldade de entender alguns termos que vieram com a internet, com as redes sociais. “Tio, posso te add no face?” Hein?? “Você vai tuitar mais tarde pra eu dar RT?”. “Pô, vou dar um block no cara. Ele follow me só pra azucrinar”. Caraca, se eu não tivesse em dia com as novas mídias digitais eu não ia entender “patavina”.

Mas fora da internet, a conversa também fica complicada com quem tem, pelo menos, metade da sua idade. Imagina sua filha pedindo pra você: “Véi, quando voltar do trampo, passa no shoppis e me traz um gloss?” Isso quer dizer: Pai, quando você voltar do trabalho, passa no shopping e me traz um brilho labial?

O mais legal é a habilidade que nossos jovens tem hoje de criar seu próprio dialeto. Para estar atualizado com o que se fala por aí, basta decorar a listinha abaixo:
·     
    Obrigado = Valeu!
·   Collant (roupa) = body
·   Corôa (pai) = véi
·   Bailinho = balada
·   Paquerar = dar mole
·   Oi, olá, como vai? = e aê?
·   Cópia, imitação = genérico
·   Curtir, zoar = causar
·   Mãe vou sair = véia, fui!
·   Legal, bacana = manêro, irado
·   Legal o negócio = xapado o bagúio!
·   Mentira = Kaô
·   Faz um favor = quebra essa
·   Entendeu? = tá ligado?
·   Com responsabilidade = na moral
·   Gafe = mico
·   Ha ha ha = ushuaushuaushua
·   Ir embora = vazar
·   Te falar algo = te dar uma letra
·   De montão = pracarái
·   Idoso = tiozinho
·   De jeito nenhum = nem fudendo

E tem muito mais. Chega até ser engraçado presenciar um diálogo entre essa molecada de hoje: “Pô véi, a balada de ontem tava irada, ta ligado? Mó agito. Entornei uma Absolut, sacou. Xapado o bagúio!”. E aê, tu não foi dá um rolê não? Se liga véi, bodiei. Fiquei na home, suave!”. Acho que deveriam lançar um dicionário para quem nasceu nos anos sessenta e setenta, entender quem veio no final dos oitenta.

Mas chega de causar aqui! Vô vazar porque essas idéia tá ficando desconeta. Quem quizé colá o zóio em outras letra que vô dá aqui, é só ficar na moral, tá ligado? Fui!

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