Entrei em pânico - meu celular simplesmente "apagou". A tela branca e manchada no lugar daquele display moderno e sensível ao toque (a famosa touch-screen) me fez ter um colapso. Só posso receber chamadas, mas não sei quem está ligando. COMO VOU SELECIONAR AGORA QUEM ATENDER OU NÃO? Como não conseguia ligar, peguei o rádio Nextel (sem propaganda aqui) e ao pressionar o PTT (botão pra falar) ele desligou sozinho. Ligava de novo e apagava de novo. Isso no mesmo dia e justamente no momento em que eu mais precisava. Bom, sem celular e sem rádio resolvi mandar mensagens pelo laptop e... o Windows (também sem propaganda aqui) não ligou! Comi metade dos dedos de raiva. O que houve? Um motim tecnológico? Uma greve de circuitos? Será que um dia atirei pedra sem querer em Samuel Morse (que inventou o código), o pai da comunicação moderna? Pensei, "só falta eu chegar em casa e o elevador não funcionar!". BATATA! Além dele, o portão eletrônico do prédio não abriu e o interfone pra eu chamar o porteiro estava com defeito. Tive de atirar uma pedra no oitavo andar pra chamar a atenção da minha mulher. Claro, acertei uma vidraça no quinto.
Esbaforido por subir 8 andares pela escada, fui pegar o telefone pra ligar pra operadora do celular, pra assistência da Nextel e o técnico de computador. Arranquei mais um pouco de cabelos! A Net (sem propaganda idem) que "facilita"a nossa vida num pacote só de serviços estava cortada - em resumo, eu estava sem telefone, sem TV e sem internet. Bom o negócio foi relaxar, vamos ver um DVD. Advinha? Controle sem pilhas! Fui esquentar uma torta, o microondas nem ligou. Tentei fazer um café, a cafeteira elétrica deu curto. Levei a torta pro forno e o acendedor automático tava pifado faz tempo e não achei fósforos. Porra, tomar banho então, nem pensar!! Sem telefone, internet e tv - e ainda por cima chovendo e com fome - o jeito foi ir mais cedo pra cama, pelo menos ali tinha diversão. Mas depois de todo esse desprezo eletrônico para com a minha pessoa, quem falou que o negócio funcionou? Deu mensagem "device failed" (e não era o de pilha).
Essa historinha é só pra mostrar o quanto a gente era feliz nos anos 80 sem nada disso. Hoje a gente não consegue sair de casa sem levar um pen-drive. Voce até esquece de por cueca, mas o pen-drive não! Pior, naquela época seu toca-discos arrebentava a correia, você levava na "eletrônica" e a tardinha tava pronto. Hoje são dois dias de espera só pra conseguir falar com o SAC da empresa por telefone. Bom, vou tentar dar um jeito nas minhas coisas aqui.
Ah... essa postagem foi feita numa lan-house com internet discada, aqui no bairro mesmo. E no únco micro, dos 35, que estava funcionando. Imagina a fila que enfrentei!
Gilmar e a sombra do golpe e do terror
Há 5 horas
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