sábado, 31 de outubro de 2009

Uma visita cheia de alma

Uma história real: o dia em que recebi a visita de um amigo que morreu tragicamente.

Era uma noite fria do mês de julho de 2006. Eu recém tinha me mudado para Florianópolis, depois de morar quase 20 anos em Campo Grande Mato Grosso do Sul. Nesse tempo todo lá fiz amigos maravilhosos, mas alguns se destacaram ainda mais por serem especialmente companheiros, daqueles que, não importa seu astral ou seus problemas, estão sempre prontos a ajudá-lo.

Meses antes daquela noite em Florianópolis, eu tinha recebido a notícia da morte de um desses amigos queridos - o Silvinho - num acidente de moto. Ele era piloto, instrutor de pilotagem e comandava uma moto como poucos, não tinha porque se acidentar. Mas como estamos predestinados a morrer um dia, de uma forma ou de outra, cedo ou tarde, ele também se foi. Sua morte deixou vários amigos da nossa turma abaladíssimos, foi imprevisível. Confesso que chorei como criança quando recebi a notícia. Eu estava longe, impossibilitado de ir, ao menos, ao enterro. Passei dias revendo fotos da nossa turma de motociclistas e as lágrimas corriam dos meus olhos sempre me que lembrava daquele cara brincalhão, pai exemplar, amigo insuperável e correto.

Logo que cheguei a Florianópolis, conheci Débora, minha mulher. O que nos uniu ainda mais foi nossa espiritualidade e crença na vida após a morte, reencarnação, etc. Ela é médium e vive vendo entidades que nos cercam. No começo isso me assustava um pouco, apesar do meu pouco conhecimento na área, mas me acostumei com ela falando "temos visitas hoje". Eu só perguntava "Do bem ou do mal?". Graças a Deus eram sempre do bem.

Uma dessas visitas me comoveu. Segundo a descrição da minha mulher (que não vê com nitidez, apenas vultos embaçados) era um jovem de estatura mediana, por volta de um e setenta e cinco de altura, cabelos ondulados e com físico bem definido. Parecia trajar camiseta branca e calça jeans. Agitava uma das mãos no ar como se estivesse rabiscando um caderno. Dizia que estava bem, feliz, depois de ter entendido o que tinha acontecido. Comecei a desconfiar daquele espírito que estava querendo me dizer alguma coisa. E a mensagem era realmente para mim. Eu tinha quase certeza que era meu amigo Silvinho que veio me confortar. O jeito de rabiscar uma folha de papel ou um caderno na sala do seu escritório, sempre que conversávamos, revelou isso.

Ao terminar sua apresentação, ele se foi calma e tranquilamente como chegou. Corri para o computador emocionado, abri uma pasta de fotos, escolhi uma da nossa turma em que havia uns 20 motociclistas e pedi para minha mulher identificar entre eles aquela entidade que nos visitou. Ela, que nunca o tinha visto antes, apontou o dedo exatamente para Silvinho, no meio dos amigos. Desmontei e não consegui conter o choro emocionado. Era ele sim que tinha vindo ali me tornar o porta voz da turma para anunciar que ele estava bem.

Nunca achei que eu merecesse tanto. Poder descrever aquele momento para nossos amigos em comum foi um troféu, um presente que jamais esquecerei. É como ser o portador de uma mensagem de paz para todos os povos do mundo. Agradeço sempre a visita de Silvinho. Mesmo que de forma trágica, ele alcançou onde nós sempre desejamos estar um dia - ao lado de Deus! Fique em paz amigo!

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