sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Intolerância que mata


As vezes desconheço o mundo em que vivemos. Por mais que eu acompanhe, diariamente, as agruras da vida através de reportagens que produzimos, não me conformo com determinadas situações. Num dia um homem desce de um carro com um facão na mão, ameaçando o motorista de outro carro que o fechou. No outro dia, um jovem espanca a ex-namorada a chutes e ponta-pés pelo simples motivo dela ter terminado a relação. Aí vemos o frio assassinato de um pai com seu filho no colo, esfaqueado por um homem que se incomodou com o carro parado à frente da sua garagem.

E até o momento não estou falando de criminosos, bandidos acostumados a empunhar uma arma para se livrar de uma situação qualquer. Falo de cidadãos comuns, trabalhadores, pais de família que perdem o controle por motivos banais e acabam com a vida de terceiros e, consequentemente, com suas próprias vidas, de forma gratuita.

Numa escala menor de violência, me canso de ver motoristas impacientes que buzinam desesperadamente quando um carro morre à sua frente ou porque, distraído, o motorista adiante não viu o sinal abrir. Vejo outros se agitarem com gestos obscenos porque tomaram uma fechada. Vejo gente discutindo na fila do banco porque um cliente não deu lugar à gestante. Vejo pessoas que não cedem o assento no ônibus a uma idosa e gente que destrata a empregada na frente dos outros.

Enfim, estamos vivendo uma onda de intolerância que me assusta. Sinto que, cada vez mais, as pessoas estão impacientes, desequilibradas, instáveis, sujeitas a uma explosão a qualquer momento. Falta gentileza e educação. As vezes fico me perguntando o que tem provocado isso? A estafa do trabalho, o estresse do trânsito, a insatisfação profissional, a perda pessoal, a falta de dinheiro? Por tudo isso a gente sempre passa há séculos. Porque então estamos tão mais intolerantes?

Arrisco um palpite: a impunidade que impera em várias alçadas, da polícia à política, talvez seja o passe livre em que as pessoas se baseiam para praticar sua intolerância. É uma coisa mais ou menos assim: "se quem deveria estar atrás das grades não está, porque eu, cidadão comum tenho de me preocupar com minhas atitudes?"

Se é isso ou outra coisa, não sou expecialista para afirmar. O que sei é que precisamos estar sempre policiando nossos atos, agindo com tranquilidade controlando nossos impulsos. Afinal, você nunca sabe o grau de intolerância ou de loucura daquele que voce xinga no trânsito ou discute na fila do banco. E já que é impossível prever a reação dos outros, pense cem vezes antes de cometer uma atitude mais brusca. A experiência nos diz que, independente de quem provocou qualquer situação tensa, alguém vai levar a pior. E esse pode ser você. Então, "take it easy"! Sempre!

1 comentário

Euclydes Bezerra disse...

O pior Ogg, é uma pressa pra chegar a lugar algum, uma agressividade sem motivo e uma inbecilização sem DNA. É o homem sem limites. Sem ideais, sem rumo e sem paz. Assim caminha a humanidade. O fim é trágico.Que pena!

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