A princípio o tema do meu artigo de hoje parece fúnebre, mas leia atentamente e verás que não há nada de tétrico nele. A morte a que me refiro é a que precisamos ter constantemente, matando dentro de nós, aquilo que não nos trará benefícios. Recebi o texto abaixo de uma amiga que sempre me renova com palavras de carinho e amizade e achei conveniente compartilha-lho com meus leitores. Morram todos vocês, mas da forma abaixo.
“Nós estamos acostumados a ligar a palavra morte apenas a ausência de vida e isso é um erro. Existem outros tipos de morte e precisamos morrer todo dia. A morte nada mais é do que uma passagem, uma transformação. Não existe planta sem a morte da semente, não existe embrião sem a morte do óvulo e do esperma, não existe borboleta sem a morte da lagarta. Isso é óbvio, a morte nada mais é que o ponto de partida para o início de algo novo, a fronteira, entre o passado e o futuro.
Se você quer ser um bom universitário, mate dentro de você o secundarista aéreo que acha que ainda tem muito tempo pela frente. Quer ser um bom profissional?
então mate dentro de você o universitário descomprometido que acha que a vida se resume a estudar só o suficiente para fazer as provas. Quer ter um bom relacionamento? Então mate dentro de você o jovem inseguro, ciumento, crítico, exigente, imaturo, egoísta ou o solteiro solto que pensa que pode fazer planos sozinho, sem ter que dividir espaços, projeto e tempo com mais ninguém.
Quer ter boas amizades? Então mate dentro de si a pessoa insatisfeita e descompromissada, que só pensa em si mesmo. Mate a vontade de tentar manipular as pessoas de acordo com a sua conveniência. Respeite seus amigos, colegas de trabalho e vizinhos.
Enfim todo processo de evolução exige que matemos o nosso "eu" passado, inferior. E qual o risco de não agirmos assim? O risco está em tentarmos ser duas pessoas ao mesmo tempo, perdendo o nosso foco, comprometendo essa produtividade e, por fim, prejudicando nosso sucesso.
Muitas pessoas não evoluem porque ficam se agarrando ao que eram, não se projetam para o que serão ou desejam ser. Elas querem a nova etapa, sem abrir mão da forma como pensavam ou como agiam. Acabam se transformando em projetos acabados, híbridos, adultos infantilizados. Podemos até agir, às vezes, como meninos, de tal forma que não mantemos as virtudes de criança. Que também são necessários sorriso fácil, vitalidade, criatividade, tolerância, etc. Mas, se quisermos ser adultos, devemos necessariamente matar atitudes infantis, para passarmos a agir como adultos.
Quer ser alguém (líder, profissional, pai ou mãe, cidadão ou cidadã, amigo ou amiga) melhor e evoluído? Então, o que você precisa matar em si, ainda hoje, é o "egoísmo" é o "egocentrismo", para que nasça o ser que você tanto deseja ser.
Pense nisso e morra. Mas, não esqueça de nascer melhor ainda. O valor das coisas não está no tempo em que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis.”
(Paulo Angelim)
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
A morte que faz renascer
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2 comentários
Meu amor,
Adorei o artigo de hoje.
parabéns!
te amo!
A parábola de Cristo que traduz a isto é interessante: "Não se põe remendo novo em roupa velha. Não se deita vinho novo em odres velhas". Saulo de Castro (Paulo de Tarso) também deixou o seguinte: "Eu morro todos os dias, para o novo nascer em mim". A vida nos mostra que as coisas são cíclicas. Porque a dificuldade que se tem para aceitar-se neste processo em que, mesmo a história da humanidade também tende a ser circular e não linear. É na linearidade que existe, após a velhice, o fim, a desesperança. Por isto a morte em vida não é o fim; é esvaziar-se do velho, afinal, o novo precisa de espaço para desenvolver-se.