Acabei de fechar uma reportagem sobre o trânsito de São Paulo. Não meu caro amigo, você tem sim a ver com isso! Afinal quando sai aí do nordeste para ir ao sul você passa por onde? E quando quer vir de Mato Grosso do Sul para o litoral... consegue evitar as marginais? Para que se saiba os congestionamentos paulistanos afetam diariamente cerca de 200 mil veículos que vem de todas as partes do país. Então, ao passar por aqui, ligue o rádio e relaxe!
Um especialista em tráfego me disse: "Não há solução há curto, médio ou longo prazo. As tentativas apenas impedem que a situação se deteriore, mas solução definitiva jamais!". Jamais e Nunca são palavras que não costumo usar no meu vocabulário mas, pensando bem, nosso amigo bem que pode estar certo. Os argumentos são palpáveis: as obras de melhoria do trânsito em São Paulo começaram tarde demais - hoje, qualquer mexida nas vias consegue aumentar o fôlego em, no máximo, um ano e meio, dois anos. Depois tudo volta a se complicar. E a principal causa disso está numa questão dificílima de administrar: fazer o camarada deixar o carro em casa e usar o transporte público. Londres e Nova York conseguiram esse feito.
Porque aqui isso não seria possível? Acredito que gastaria-se muito menos melhorando os trens, metrôs, ônibus e taxis do que alargando avenidas, furando túneis, construindo pontes e viadutos. Mas há aí duas más vontades - a do poder público de fazer ou cobrar as mudanças e das pessoas em ser mais conscientes. Outro dia eu estava observando: à minha volta no trânsito, a maioria dos carros tinha apenas uma pessoa dentro. Um vizinho comprou outro carro com placa diferente pra escapar do rodízio, assim como fizeram milhares de outras pessoas. Então do que adiantam certas restrições se o povinho sempre dá um jeito pra escapar delas?
O problema nessa cidade é cultural. Pra muita gente é mais bonito dizer "Porra, peguei duas hora (sic) de congestionamento no meu carro zero km hoje!" do que "O busão tava lotado mas chegou rápido". É mais fácil convencer Bin Laden a se entregar do que fazer o paulistano de classe média andar de transporte público. E nem adianta dizer que em Nova York, Londres e Tókio, até altos executivos fazem isso.
É... nosso transporte é uma merda, eu sei. Por isso a gente foge dele. Não dá mesmo pra passar meia hora com o suvaco daquele camarada no nosso nariz. Além disso a redução do IPI, a queda dos juros e a ampliação do financiamento nos chamam pra comprar outro carro. Quer saber? Não sou eu que tenho de parar de andar de carro. É o governo que tem de dar um jeito de me fazer parar! Mas enquanto eu estiver dando lucro pras montadoras, me deixa ali, no engarrafamento curtindo um sonzinho no meu carro novo e esperando o trânsito andar!
sexta-feira, 17 de julho de 2009
Vamo de busão gente!!
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1 comentário
Realmente o trânsito de São Paulo é uma doença crônica que tem como efeito colateral o desgaste físico e emocional...antes de sair de casa para uma nova jornada no trânsito...2 capsulas de bom humor, trinta mg de alongamento e muita, muita fé para chegar lá a tempo.