Papai vai ter de fazer tudo o que eu mandar!
Eu nunca imaginei que a chegada de um filho fosse provocar tantas mudanças na minha vida. Sempre achei exagerado da parte de alguns pais essa coisa de “ah, você nunca mais vai ser o mesmo”, talvez por pensar que, tirando algumas mudanças no quarto de hóspedes para virar o da bebê, horas de sono a menos e aquele chorinho em casa, tudo continuaria da mesma forma. Mas me enganei.
Mariah nem chegou ainda e sinto que as mudanças são muito maiores do que eu imaginava. Mas não me refiro às mudanças físicas na casa ou as horas de sono que sei que vou perder nas madrugadas. Falo de uma mudança interior, nas minhas atitudes, em alguns conceitos e posturas.
Vou tentar ser mais claro. Desde que ficamos sabendo da gravidez da minha mulher, comecei a dirigir com mais calma, por exemplo, mais devagar e mais atento a tudo. Mesmo sozinho no carro, parece que adquiri um instinto maior de proteção a mim mesmo, talvez um receio de faltar à minha família por causa de qualquer acidente.
Também não consigo comprar nada mais, mesmo que seja um objeto pessoal, uma roupa, um novo carro, sem pensar na minha bebê. As vezes já a imagino me perguntando porque estou usando aquela camisa de estampa esquisita, ou questionando o tamanho e o modelo do relógio, ou ainda querendo saber porque nosso carro é tão grande. É... eu sei, tudo isso está meio longe ainda, mas minhas atitudes estão, praticamente, 100% voltadas para o que aquele serzinho vai pensar disso ou daquilo.
Comecei uma dieta só de pensar que ela vai virar pra mim um dia e vai dizer “Nossa papai, que barrigão é esse?” Mas preciso mesmo me cuidar, afinal quando ela estiver com 10 anos vou ter 57 e preciso ter força e fôlego para acompanhá-la. Quero evitar que, quando balbuciar as primeiras palavras, ela diga “vovô” em vez de papai.
Engraçado é que a chegada da Mariah tem me tornado uma pessoa mais tranquila, menos chata (bom, não é bem isso que a minha mulher acha...rs), mais paciente (ela também não acha isso) e mais centrada. A impressão que dá é de que nada mais importa, nada mais me incomoda e nada mais me afeta senão seu nascimento.
No restaurante prefiro não reclamar da comida fria e ruim. Na lavanderia, apesar da vontade, deixo pra lá o ímpeto de reclamar da roupa mal passada. Ao comprar um produto com um pequeno defeito mas que não interfere em seu funcionamento, prefiro deixar de lado a volta à loja para trocar. Enfim, parece que estou dando mais valor à filosofia que sempre tive: “prefiro ser feliz do que ter razão”.
Mas não pensem que estou virando uma mosca morta. Minhas convicções estão aqui dentro de mim, vivas e efervescentes prontas para serem colocadas em ação, mas somente quando extremamente necessário. Até isso acontecer, sou todo da minha bebê – com pausas apenas durante o trabalho, que também é importante.
Mas, sem esquecer que em breve terá alguém mandando em mim mais que meu próprio chefe. Só que com ela, com certeza, não terei argumentos suficientes para vencer qualquer discussão. É... to ficando mole mesmo!
4 comentários
Isso não significa "ser mole"isso significa "refléxos do amor de um grande PAI, parabéns!!!!
Meu caro. Eu ja estou uma passo adiante. No final do ano vou ser avô. Isso é quase ser pai de novo.Estamos ansiosos pela chegada da Veronica. É a renovação da vida. É uma criatura que Deus coloca em nossa mãos. É um grande responsabilidade, sem bem que é maior para a mão(minha filha) e o pai (meu genro). Mas como avo eu nuca poderia me furtar a participar da criação daquela criança.Deus abençoe Vc e sua familia. Boa sorte,MESMO!
Ahhhhhhhhhhhh.... que lindo!!
Adoro a cada post seu ler e reler!
Como é gratificante para nós mulheres,ler e sentir pelas tuas palavras tão bem dissertadas a sensibilidade masculina.
Querido amigo, és um homem de uma luz sem igual.
Simples, atencioso e íntegro!
Beijos nos 3!Em especial na pequena Mariah :)
Adorei os relatos! Que Deus te dê paz e muita saúde a toda sua família. Abs
João Gabriel